A reforma ministerial que vem sendo feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu espaço para novas articulações e o nome do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) vem ganhando força para integrar o governo.
Com a ida de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde e com a nomeação da deputada Gleisi Hoffmann na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Boulos passou a ser cotado para a Secretaria-Geral da Presidência, pasta atualmente comandada por Márcio Macêdo, segundo apuração das jornalistas Catia Seabra e Marianna Holanda, da Folha de S. Paulo.
A Secretaria-Geral da Presidência é a pasta responsável pela articulação do governo com os movimentos sociais. Lula vê em Boulos um quadro combativo para assumir a função. Apesar de Márcio Macêdo ser filiado ao PT e ter sido o tesoureiro da campanha de Lula em 2022, o perfil de Boulos, que é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), poderia trazer mais enfrentamento político ao governo – algo que Lula já deixou claro ser uma prioridade ao nomear Gleisi para a SRI, pasta responsável pela articulação do governo junto ao Congresso Nacional.
Outro nome cotado para a Secretaria-Geral da Presidência, segundo a apuração de Catia Seabra e Marianna Holanda, é o do advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas. Diferente de Boulos, ele não tem pretensões eleitorais para 2026, o que garantiria estabilidade no cargo.
A ida de Boulos para o ministério, entretanto, exigiria um rearranjo político. O PSOL já comanda o Ministério dos Povos Indígenas com Sônia Guajajara, e setores da sigla defendem mais independência do governo. Neste sentido, crescem especulações sobre uma possível filiação de Boulos ao PT.
O nome de Boulos já havia sido cogitado para integrar o governo em 2022, mas sua candidatura à prefeitura de São Paulo impediu a nomeação. Até o momento, o deputado não se pronunciou publicamente sobre as articulações do governo Lula envolvendo seu nome.