CARLA ZAMBELLI

Zambelli diz que se arrepende de perseguir jornalista negro com arma: "atitude infeliz"

Abandonada por Bolsonaro, sob risco de perder o mandato e prestes a ir para a cadeia, deputada do PL comenta episódio fatídico

Carla Zambelli
Carla ZambelliCréditos: Billy Boss/Câmara dos Deputados
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Em entrevista à Folha de S. Paulo, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou se arrepender de perseguir o jornalista Luan Araújo na véspera do segundo turno das eleições de 2022.

A parlamentar, que é alvo de ação criminal por perseguição armada, teve um revés na Justiça nesta semana, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condená-la a cinco anos e três meses de prisão.

Além disso, a deputada também foi cassada de forma unânime pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo por abuso de poder político para desacreditar o processo eleitoral de 2022. Caso a decisão seja reiterada pelo Tribunal Superior Eleitoral, Zambelli perderá seu mandato e ficará inelegível pelos próximos oito anos.

Ainda nesta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atribui a derrota nas eleições de 2022 à Zambelli, que afirmou à Folha se sentir abandonada pelo líder do seu grupo político.

Questionada se tinha algum arrependimento em sua trajetória política, a deputada federal citou a perseguição a Luan Araújo. "Aquilo ali foi só uma atitude infeliz que eu tive de ir atrás dele. Infelizmente, ali foi onde eu errei, de querer trocar as tapas, soco, com o homem. Eu jamais ia ganhar um negócio desse", afirmou Zambelli.

"Devia ter entrado no carro e ido embora, como fazia sempre todas as vezes que tentavam, até hoje, que tentam brigar comigo na rua. Esse dia foi o único dia que eu não saí, infelizmente. Mas me arrependo, deveria ter saído", disse a parlamentar.

Ela ainda afirmou que se sente abandonada por Jair Bolsonaro e que discorda da avaliação de que a perseguição a Luan Araújo teve impacto definitivo nas eleições de 2022.

 

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