Às portas de se tornar réu no Supremo Tribunal Federal por ter tentado um golpe de Estado no Brasil após sua derrota nas urnas para Lula (PT), em 2022, Jair Bolsonaro (PL) curte seu último carnaval em liberdade como se não houvesse amanhã. O processo contra o ex-presidente deve ser instaurado oficialmente nos próximos dias, após a manifestação de sua defesa na Corte, e a condenação, dada como certa por praticamente todos os juristas sérios do país, tendo em vista a robustez das provas apresentadas pela PF e pela PGR, deve ocorrer entre setembro e novembro ainda deste ano. Ou seja, a próxima folia de Momo deve ser no silêncio e na gelidez do cárcere, já que a pena prevista para ele deve ficar fixada entre 28 anos, na melhor das hipóteses, e 48 anos na pior.
Mas a ordem na bolha extremista do líder ultrarreacionário é manter a naturalidade. Bolha, que diga-se de passagem, foi chamada por ele mesmo em postagens recentes de “cercadinho”, como gado, referindo-se à claque que fez fila na porta de sua casa de praia de Angra dos Reis (RJ) para tirar uma foto com o “mito” e ouvir sua bobajada habitual e a conversinha mole de quem há décadas ganha votos para levar uma vida mansa de milionário.
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Milionários, aliás, não faltaram neste feriado de carnaval quando o assunto é companhia. Bolsonaro andou de jet-ski levando na garupa o pastor e empresário da fé Silas Malafaia, histriônico e chiliquento apoiador nas hostes evangélicas que dão sustentação ao ex-ocupante do Palácio do Planalto. A socialite Val Marchiori, assim como seu namorado, Amilton Augusto, que também é ex-advogado de Bolsonaro, estiveram com ele numa lancha.
Cercado de seguranças e andando sempre de cara fechada, amenizando a fisionomia apenas quando acena como um imperador sem império (e sem postura) para os incautos que o bajulam, Jair Bolsonaro fez inúmeros vídeos nos primeiros dois dias de carnaval, aparecendo em encontros com ricaços, pilotando seu jet-ski, sentado à beira-mar em praias paradisíacas e ao lado do filho mais novo, Jair Renan (PL-SC), o vereador de Balneário Camboriú que sequer conhece a cidade catarinense e é o mais novo integrante da família a entrar para a mamata dos cargos públicos muito bem remunerados.