No último sábado, 15 de março, foi registrada oficialmente a candidatura de Valter Pomar, ex Secretário de Relações Internacionais do PT à presidência do Diretório Nacional do Partido.
Em entrevista publicada no site do PT Nacional, Pomar explica que sua candidatura aponta na direção de uma direção socialista comprometida com um projeto de reformas estruturais e com um Partido democrático, militante e presente nos territórios.
“Vivemos tempos de guerra, de crise do capitalismo, de catástrofe ambiental; em tempos assim, se quisermos vencer, é preciso mudar nossa estratégia e nosso jeito de funcionar”. Isso só será possível, sustenta, se o PT for um instrumento “de fato” da classe trabalhadora.
Adversário do que seria um modelo de gestão presidencialista do Partdido, Pomar pleiteia que o PT constitua uma direção coletiva, que 'estimule e protagonize a mobilização social, recuperando a bandeira da transformação para que o governo Lula mude o rumo.
O candidato da AE defende o reforço do debate político ideológico contra o neofascismo e contra o neoliberalismo, criando um ambiente favorável a prender os golpistas e também a superar os limites da atual política econômica que ele define como sendo de “ajuste fiscal permanente”.
De acordo com o historiador, a vitória de Lula em 2026 passa obrigatoriamente pelo enfrentamento desses desafios: “se PT for bem sucedido na estratégia, criará as condições para um quarto mandato bem melhor do que o atual”.
Críticas ao PT
Pomar acredita que o PT está ameaçado, “não apenas pelos inimigos, mas também pelos nossos erros e insuficiências”.
Desde 2001 o Partido elege seus dirigentes em nível zonal, municipal, estadual e nacional por meio do voto direto de seus filiados. O processo, conhecido como PED, é precedido por debates em todos os locais onde o PT está organizado. Além de eleger seus novos dirigentes, os filiados também elegem chapas de delegados aos encontros estaduais e nacional, espaços onde são debatidas teses e aprovadas resoluções sobre estratégia, programa, tática partidária e conjuntura nacional.
“Para conduzir exitosamente o povo brasileiro na luta por seus objetivos imediatos e históricos, o PT precisa de mudanças profundas em seu funcionamento e em sua linha política. Se o PT continuar como está hoje, profundamente desorganizado, importa pouco qual será a linha política que adotemos. Desorganizados, mais cedo ou mais tarde seremos derrtados."
"Lutamos para que nossa linha política e nossa organização partidária estejam à altura das necessidades do momento e da história.” afirma o candidato da Articulação de Esquerda.