O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro, ou seja, desde antes do Carnaval. Essa é a quarta viagem do parlamentar ao país ainda este ano, e a mais longa até agora, com 15 dias. O retorno aos EUA levou apenas 48 horas.
Na viagem anterior, Eduardo voltou ao Brasil na segunda-feira, dia 24 de fevereiro. Após passar dois dias no país, ele pegou um voo de volta aos Estados Unidos. Publicações em relação aos Estados Unidos também é visível nas redes sociais do deputado.
Até o momento, Eduardo Bolsonaro fez mais postagens relacionadas aos Estados Unidos, governado por Donald Trump, do que sobre o Brasil. Postagens sobre Israel e a Venezuela também foram identificadas. No Instagram do deputado, 78 postagens falam dos Estados Unidos, enquanto 51 abordam o Brasil e outros países.
Trump, em particular, é uma presença marcante, com sua foto sendo compartilhada 23 vezes, enquanto a de Lula aparece 12 vezes. Eduardo tenta justificar sua longa estadia nos Estados Unidos como um “esforço político”.
Parte da narrativa fake bolsonarista, diz que o objetivo é denunciar uma “ditadura no Brasil”. "Vocês tão vendo que a minha atividade no exterior é basicamente denunciar os fatos que acontecem no Brasil", publicou.
Eduardo já está sendo chamado por alguns parlamentares como "embaixador da direita" no Brasil. Ele tem feito articulações com figuras políticas de extrema direita de outros países e se empenhado em coordenar táticas para atrapalhar o governo Lula e promover ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O deputado quer que Jair Bolsonaro (PL) volte a concorrer às eleições e tenta reverter a inelegibilidade, que foi concedida pelo STF pelos crimes que o ex-presidente cometeu durante o governo. Nesta quinta-feira (13) nas redes sociais, o filho do ex-presidente comentou o julgamento e sob a teoria conspiratória de “perseguição da esquerda” diz que em 2026 vai se consolidar “um regime”.
Hugo Motta lava as mãos sobre Eduardo na Comissão de Relações Exteriores
Ao chegar na casa de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para a primeira reunião de Relações Institucionais com a nova ministra, na noite desta terça-feira (11), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), revelou que deve seguir enfileirado na trincheira bolsonarista.
Em rápida conversa com jornalistas, Motta lavou as mãos e disse que nada pode fazer sobre a indicação, feita pelo PL, para que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assuma a presidência da Comissão de Relações Exteriores da casa legislativa.
"Não acredito que seja uma crise [a nomeação de Eduardo na comissão], até porque essa distribuição pelos partidos, das comissões, é uma coisa que já é conhecida por todos, é uma praxe regimental, não há muito o que o presidente fazer. Porque isso se dá pelo tamanho de cada bancada, não tem nenhuma novidade nisso", afirmou Motta. O presidente da Câmara afirmou ainda que "não há como interferir, não há como mudar".
"Nós vamos cumprir regimentalmente aquilo que tem que ser cumprido, sempre tentando, da forma mais harmônica possível, fazer com que os partidos possam convergir e escolher da melhor forma as comissões", emendou.
Praticamente morando nos EUA, para onde levou a família, desde que Donald Trump foi eleito, o filho de Jair Bolsonaro (PL) pode ter o passaporte retido pela Justiça por conspirar contra o Brasil, com pedidos de sanções e bloqueios de contas de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, já esgotou o prazo para analisar as representações feitas por Guilherme Boulos (PSOL-SP) e pela liderança do PT, em nome do líder Lindbergh Faria (PT-RJ) e vice-líder Rogério Correia (PT-MG), que pedem, entre outras medidas, a cassação do passaporte de Eduardo.
"É uma crise muito séria", afirmou Lindbergh em entrevista ao ICL nesta terça-feira (11).
"É uma crise que está ligada à questão de soberania nacional. A gente pode ter um presidente de uma comissão de um poder independente que, na verdade, não vai defender os interesses nacionais. Ele vai defender a fatura do [Donald] Trump", diz.
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