Inelegível e às portas de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal por sua tentativa frustrada de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista breve à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e na conversa mostrou-se mais submisso do que nunca ao presidente dos EUA, Donald Trump.
Entre os absurdos que afirmou que colocará em prática se voltar ao Palácio do Planalto, um chamou a atenção e retratou fielmente o nível de entreguismo e viralatismo do ex-presidente: ele permitirá a instalação de uma base militar dos EUA no território brasileiro. Obviamente seria preciso de alguma desculpa para tal insanidade e ele usou uma imaginária e risível infiltração de terroristas islâmicos na região da tríplice fronteira, nos limites com o Paraguai e a Argentina.
“Eu vou permitir que seja instalada uma base militar dos EUA ali”, afirmou Bolsonaro à Folha.
Em outra manifestação de subserviência total aos desígnios norte-americanos, o antigo presidente brasileiro disse ainda que se voltar ao comando político do país retirará o Brasil do Brics, o poderoso grupo econômico formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que recentemente aceitou a integração de outras grandes e importantes nações do ponto de vista econômico. A iniciativa é mais fundamental do que nunca para o Brasil, por conectar nossa economia com outras economias emergentes e pujantes e por, sobretudo, fazer frente ao domínio dos EUA nesse campo, que agora com Trump age de maneira ainda mais truculenta. De lambuja, Bolsonaro, como o maior dos negacionistas e anticiência, prometeu ainda deixar a Organização Mundial da Saúde.
“Eu, se for presidente de novo, saio do Brics e da OMS”, acrescentou o extremista fracassado nas urnas que tentou dar um golpe de Estado mambembe que não conseguiu sequer adesão de seus comandantes militares.