O apresentador da Band, Sérgio Maurício, será processado por Erika Hilton após declarações ofensivas que ele fez contra ela na rede social X (ex-Twitter). No domingo (23), o jornalista teria publicado que Erika seria uma "fake news humana, essa coisa" ao responder a um post do usuário @olivernoronha, que fazia ofensas à deputada.
Sérgio foi afastado pela Band após endossar o ataque racista e transfóbico contra a deputada Hilton. De acordo com informações da Folha de S. Paulo, o afastamento de Sérgio Maurício ocorreu de última hora e por determinação da direção da Band. Segundo o jornal, o objetivo do canal "é preservar a equipe de transmissão, a emissora e o próprio Sérgio".
Segundo a coluna de Mônica Bergamo, a deputada enviou uma declaração à Folha sobre o caso: "Acabei tomando ciência dessa conduta, que na minha avaliação é criminosa". Ela garantiu que tomará medidas legais: "Irei para cima com toda a força, juridicamente, para que haja uma responsabilização por mim, pela comunidade LGBTQIA+, pelas pessoas trans e contra a violência."
À direção da Band, o jornalista alegou que "alguém se apossou de sua foto e de seu número de telefone para criar o perfil". No entanto, a conta atribuída a ele tinha mais de 30 mil seguidores e era replicada por contas oficiais do canal desde 2021, quando o comentarista foi contratado.
A conta referente a Sérgio Maurício foi desativada no Twitter. No ano passado, sem saber que o áudio estava ligado, Sérgio Maurício saudou a presença de uma bandeira do Botafogo em uma corrida de F-1 e disse: "bandeira do Flamengo não tem, é tudo duro e favelado".
Racismo e misoginia
Em 2024, ao comentar uma desavença entre Hamilton e Mohammed Ben Sulayem, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o narrado disse que o piloto inglês "surfou" no discurso anti-racista.
Em declaração, Sulayem criticou o estilo "rapper" em palavrões ditos pelos pilotos no rádio com a equipe. "Nós não somos rappers, sabe. Eles dizem o palavrão quantas vezes por minuto? Nós não estamos nessa. Esse é o estilo deles, e nós somos diferentes".
Hamilton rebateu: Dizer 'rappers' é muito estereotipado. Se você pensar bem, a maioria dos rappers são negros. Então, quando se diz: 'Nós não somos como eles', essas são as palavras erradas. Há um elemento racial aí", afirmou o piloto, um ícone da luta antirracista.
"[Ele] chamou atenção quando foi questionado sobre o que falou Mohammed Ben Sulayem, dizendo que era até uma declaração racista em relação aos rappers, eu não entendi bem o racismo aí", ironizou Sérgio Maurício ao vivo na BandSports.
Piloto de Fórmula Truck, Felipe Giaffone explicou que Hamilton direcionou o assunto pois "a grande maioria [dos rappers] são negros". Sergio Mauricio, no entanto, destilou seu racismo: "Mas aí... Exagerou também. Aproveitou para surfar também".
O narrador da Band também já fez ataques misóginos nas redes contra Janja e Luiza Trajano, dona do Magalu.
"Vai dar 1/2 hora de b... dona Magalu que rima com c...", escreveu sobre a empresária.