Em delação premiada, que teve o sigilo levantado por Alexandre de Moraes nesta quarta-feira (19), o tenente-coronel Mauro Cid afirma que Jair Bolsonaro (PL) era quem enviava, do próprio aparelho celular, mensagens de ódio com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Mauro Cid, Bolsonaro recebi e encaminhava pessoalmente as mensagem para atacar os ministros da corte e criar um clima de terror sobre a confiabilidade nas urnas eletrônicas e, consequentemente, no processo eleitoral.
"Indagado sobre ataques a ministros STF, identificados na investigação, encaminhado por meio do telefone do ex-presidente Jair Bolsonaro, responde: que era o ex-Presidente que encaminhava diretamente", diz a transcrição de um dos depoimentos.
Segundo Cid, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho "02", era quem comandava as redes sociais de Bolsonaro, mas era o próprio ex-presidente quem cuidava do celular e interagia pelo WhatsApp.
"Indagado se todas essas postagens já identificadas, de telefones celulares, que outras pessoas têm, que receberam de telefones em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, eram encaminhadas por ele ou por seus assessores, respondeu: que o ex-Presidente Jair Bolsonaro era o responsável pelas mensagens", diz o relatório sobre a delação.
Acordo
No acordo de delação com a PF, Cid negociou o perdão de suas condenações nos crimes e uma pena máxima de 2 anos de prisão.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ainda pediu a restituição de bens e valores apreendidos pela PF e a extensão de seus benefícios ao pai, o general Mauro Lorena Cid, que negociou as joias roubadas do Planalto e contrabandeada por Bolsonaro para os EUA, onde chegaram a ser vendidas.
Cid também pediu segurança para ele e a família à Polícia Federal.