ORCRIM GOLPISTA

Cid aponta para Bolsonaro: usava o próprio celular para enviar ataques a ministros do STF

Em delação à PF, que teve o sigilo levantado por Moraes, tenente-coronel diz que Carlos Bolsonaro cuidava das redes sociais do pai, mas que era o próprio ex-presidente quem disseminava discurso de ódio pelo WhatsApp

Jair Bolsonaro, Mauro Cid e Carlos Bolsonaro.Créditos: Isac Nóbrega PR / Flickr
Escrito en POLÍTICA el

Em delação premiada, que teve o sigilo levantado por Alexandre de Moraes nesta quarta-feira (19), o tenente-coronel Mauro Cid afirma que Jair Bolsonaro (PL) era quem enviava, do próprio aparelho celular, mensagens de ódio com ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Mauro Cid, Bolsonaro recebi e encaminhava pessoalmente as mensagem para atacar os ministros da corte e criar um clima de terror sobre a confiabilidade nas urnas eletrônicas e, consequentemente, no processo eleitoral.

"Indagado sobre ataques a ministros STF, identificados na investigação, encaminhado por meio do telefone do ex-presidente Jair Bolsonaro, responde: que era o ex-Presidente que encaminhava diretamente", diz a transcrição de um dos depoimentos.

Segundo Cid, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho "02", era quem comandava as redes sociais de Bolsonaro, mas era o próprio ex-presidente quem cuidava do celular e interagia pelo WhatsApp.

"Indagado se todas essas postagens já identificadas, de telefones celulares, que outras pessoas têm, que receberam de telefones em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, eram encaminhadas por ele ou por seus assessores, respondeu: que o ex-Presidente Jair Bolsonaro era o responsável pelas mensagens", diz o relatório sobre a delação.

Acordo

No acordo de delação com a PF, Cid negociou o perdão de suas condenações nos crimes e uma pena máxima de 2 anos de prisão.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ainda pediu a restituição de bens e valores apreendidos pela PF e a extensão de seus benefícios ao pai, o general Mauro Lorena Cid, que negociou as joias roubadas do Planalto e contrabandeada por Bolsonaro para os EUA, onde chegaram a ser vendidas.

Cid também pediu segurança para ele e a família à Polícia Federal.

Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar