O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), atacou defensores dos Direitos Humanos ao anunciar uma "resposta dura" contra um ataque de criminosos a uma delegacia em Duque de Caxias, na Região Metropolitana do estado, realizado na madrugada deste sábado (15).
Através de um publicação no X, Cláudio Castro afirmou que os criminosos já foram identificados e serão pegos "de qualquer jeito". Ele ainda acrescentou um "recado" aos defensores dos direitos humanos.
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"E já vou avisando à turminha dos "direitos humanos", não encham o meu saco, porque a resposta será dura e na mesma proporção, só que com efetividade e dentro da lei", disse.
Reações indignadas
Nos comentários, internautas e políticos reagiram com críticas à declaração de Castro. A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) disse que o governador "falhou miseravelmente em garantir segurança e paz pro nosso Rio".
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"Sua incompetência na condução da segurança pública no Rio é evidente. A turma dos direitos humanos não vai questionar se agir dentro lei. Sua gestão é completamente desastrosa e muitas vezes ilegal, governador", escreveu.
"Se vai agir dentro da lei, não terão defensores de Direitos Humanos questionando a ação. O que é algo óbvio né, seu incompetente?", comentou também um advogado.
Uma analista política e especialista em Direitos Humanos também respondeu: "traduzindo, mais um dia que a sua política de segurança vai matar trabalhador pobre e não vai prender ninguém".
"Ou seja, vai acontecer o de sempre. Vai matar trabalhadores indo pro serviço, crianças indo pra escola. E não vai prender ninguém. O tráfico e a Milícia amanhã poderão tocar seus projetos sem problemas", declarou outro internauta.
Na mesma postagem, o governador ainda afirmou que o criminoso que teria orquestrado o ataque foi "foi beneficiado pela famosa saidinha dos "direitos humanos"!!".
"No dia 18 de outubro de 2019, ganhou de presente uma saidinha e nunca mais voltou. Mas anotem aí: ele vai voltar!!! De um jeito ou de outro!", disse Castro.
Entenda o caso
A 60ª DP (Campos Elíseos), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi atacada na noite deste sábado (15), em torno das 22h50, por dez homens armados de fuzis. Os criminosos tinham como objetivo resgatar o traficante Rodolfo Manhães Viana, conhecido como Rato, de 34 anos, suspeito de ser o chefe do tráfico na favela do Vai Quem Quer, também em Caxias.
Rato e Wesley de Souza Espírito Santo, de 30 anos, apontado como seu segurança, foram presos mais cedo por policiais da 60ª DP. No momento do ataque, os dois já tinham sido transferidos da delegacia.
O tiroteio entre os criminosos e os policias durou cerca de dez minutos. Dois policias ficaram feridos, mas não correm risco de morte. Durante a ação dos criminosos, três homens que estavam presos por crimes menores escaparam.
A 60ª DP ficou com a fachada destruída por marcas de tiros de fuzil. A entrada de vidro foi estilhaçada e as persianas do segundo andar ficaram arrebentadas. Moradores da região, assustados, registraram o tiroteio em vídeo. Em outro vídeo aparece o “bonde” dos criminosos após o ataque com fuzis em duas motos e três carros.
Chegaram a entrar
O delegado Antenor Lopes, chefe do Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB), afirmou ao Extra que os bandidos chegaram a entrar na delegacia.
“Os bandidos chegaram a entrar na delegacia. Quando viram que o Rato já havia sido transferido, ficaram transtornados. As investigações estão bastante avançadas e já temos a informação de quem fez isso”, disse ele.
Assista
O suspeito da ação
Segundo o delegado, o principal suspeito de ter comandado a ação é Joab da Conceição Silva, o Joab, chefe do tráfico na comunidade Rua Sete, também em Campos Elíseos.
Amigo de Rato, Joab tem 55 passagens pela polícia, por crimes como tráfico, associação para o tráfico, porte ilegal de arma, extorsão, roubo de carga e receptação. O suspeito tem dois mandados de prisão em aberto, expedidos em 2019 e 2023, pelos crimes de tráfico e homicídio.
Ele tem ainda tem 16 anotações criminais, por delitos como tráfico, homicídio, tentativa de homicídio, porte ilegal de arma e extorsão. Wesley, por sua vez, tem sete passagens pela polícia.
Os dois policiais feridos foram levados para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Um foi baleado na perna e passou por cirurgia na madrugada deste domingo. O outro levou um tiro no pé e sofreu um ferimento na cabeça.