O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) depôs como testemunha na manhã desta quinta-feira na sede da Polícia Federal no caso da investigação solicitada pelo ministro Flávio Dino sobre as emendas do chamado "orçamento secreto" tocadas pelo antigo presidenta da Câmara Arthur Lira.
Na saída do depoimento e a caminho da Câmara, Glauber se pronunciou em seu perfil no Instagram:
"Gente, estou saindo do meu depoimento à Polícia Federal como testemunha no caso do orçamento secreto da fraude tocada por Lira no final do ano passado, e o que veio antes também. Nessa articulação dele que sequestra bilhões do orçamento público brasileiro. Vocês estão vendo que eu agora estou dirigindo, então me perdoe por não estar olhando para vocês. Estou indo para a Câmara, tenho um conjunto de atividades agora, mas hoje às 19 horas eu faço uma live, vou fazer pelo Instagram, trazendo para vocês todos os detalhes do depoimento com informações que eu já posso dividir com vocês ainda no dia de hoje. Então até mais tarde."
A PF ouviu na semana passada os deputados federais José Rocha (União Brasil-BA) e Adriana Ventura (Novo-SP) e na terça-feirao senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). Todos, como hoje Glauber, depuseram como testemunhas no caso.
O objetivo da apuração é apurar a veracidade do possível “apadrinhamento” de emendas e a participação de líderes partidários, além de identificar os reais beneficiários das emendas de comissão (RP 8) e a destinação dos recursos públicos. A apuração também pretende averiguar a existência de desvios de verbas, obras malfeitas e outras possíveis irregularidades na execução do orçamento.
Sobre o inquérito
Lira não chegou a ser citado nominalmente no ofício enviado pela PF para comunicar a instauração do inquérito ao Supremo, mas a corporação alertava, em dezembro, que havia declarações “no sentido de que ao menos parcela dessas emendas seria distribuída em desconformidade com as diretrizes procedimentais e regimentais”.
Em 26 de dezembro, após as emendas terem sido suspensas pelo STF, Lira disse que sua destinação havia cumprido decisões anteriores do Supremo.
Segundo o Uol, a Polícia Federal investiga suspeita de desobediência e peculato. O delegado Tiago Adão Coutinho solicitou ainda acesso a todos os relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre emendas parlamentares produzidos por determinação de Flávio Dino.
Após essa primeira etapa, a PF deve encaminhar ao ministro as medidas adotadas e indicar quais serão os próximos passos da investigação.
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