Desde que foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral e considerado inelegível, em junho de 2023, Jair Bolsonaro (PL) vira um leão quando é questionado sobre quem será seu “nome” na eleição presidencial de 2026. Irritado, ele diz que “não há democracia sem seu nome na urna” e insiste que será candidato. A parte curiosa fica por conta da “defesa da democracia” vinda do homem que tentou um golpe de Estado violento para se manter na Presidência depois de ser derrotado por Lula (PT) em 2022.
Agora, nas primeiras semanas de 2025, ano que antecede o próximo pleito, após muita insistência, ele resolveu falar sobre a “hipótese” de não disputar a eleição, algo que, na verdade, é dado como certo pela quase totalidade dos juristas especializados na legislação eleitoral brasileira.
Em entrevista à rádio de extrema direita AuriVerde, que mantém um canal no YouTube recheado de seguidores fanáticos do ex-mandatário ultrarreacionário, Bolsonaro finalmente respondeu à pergunta que não quer calar, ainda que sem mencionar “o nome”.
“Quem vai ser o cara da direita? Tem que ser Jair Bolsonaro. Não será democrática, a eleição de 2026, sem a minha presença. Quem você vai apoiar? Só falo algo parecido aos 48 do segundo tempo, quando eu realmente não tiver mais chance”, respondeu o ex-presidente num tom nitidamente desconfortável e irritado.
Nos bastidores do poder, embora se reconheça que é muito cedo para cravar “o nome”, muitos são os “papabiles” que podem ser escolhidos para a missão. Os nomes vão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil), governadores de São Paulo e Goiás, respectivamente, até os de seus filhos Eduardo (PL-SP), deputado federal, e Flávio, senador (PL-RJ).