O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), foi alvo no final de 2024 de um pedido feito à Justiça pela Bancada Feminista do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para que fosse investigado no inquérito da tentativa de golpe de Estado que pesa contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliados e militares.
O pedido foi baseado na descoberta da Polícia Federal (PF), exposta no relatório que indiciou Jair Bolsonaro e outras 39 pessoas em novembro do ano passado, de que Tarcísio esteve no Palácio do Alvorada em 19 de novembro de 2022, mesma data em que o ex-presidente teria discutido uma minuta golpista com Filipe Martins, então assessor da presidência.
De acordo com registros da PF, Filipe Martins chegou ao Alvorada às 14h49 e sua saída não foi registrada. Tarcísio chegou à residência oficial às 17h19 e saiu às 19h17. Apesar disso, o governador nega qualquer participação na reunião sobre a minuta golpista. A representação apresentada pelo PSOL foi enviada pelo ministro Alexandre de Moraes à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise e parecer.
Nesta segunda-feira (13), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contra a inclusão de Tarcísio no inquérito. Em seu parecer, Gonet recomendou o arquivamento da representação, argumentando que não há elementos objetivos que indiquem a participação do governador na reunião ou em qualquer articulação relacionada à tentativa de golpe.
“Não há elementos nos autos que apontem para a participação do governador na reunião em si. Além disso, a representação não traz qualquer fato novo que justifique providências adicionais por parte da PGR”, afirmou Gonet. O PSOL havia alegado ser “pouco crível” que Tarcísio estivesse no Alvorada apenas para um “cafezinho” com Bolsonaro.
O caso agora volta para o ministro Alexandre de Moraes, que decidirá se acata o parecer da PGR ou adota outras medidas, como a convocação de Tarcísio para esclarecimentos. A bancada feminista do PSOL afirma que continuará acompanhando o caso.