O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, foi acusado por um grupo de mulheres de cometer assédio sexual no período em que está à frente da pasta. A denúncia com os supostos abusos foi levada à plataforma Me Too, que presta auxílio e acolhe mulheres vítimas desse tipo de crime. Os casos envolvendo seu nome com o suposto cometimento de tais atos foram trazidos à tona por reportagens publicadas nas últimas horas pelos portais Uol e Metrópoles.
Segundo a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, até a ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, teria sido vítima das supostas investidas de Almeida. “A coluna apurou com 14 pessoas, entre ministros, assessores do governo e amigos de Anielle Franco, como teriam ocorrido os supostos episódios de assédio a Anielle, que incluiriam toque nas pernas da ministra, beijos inapropriados ao cumprimentá-la, além de o próprio Silvio Almeida, supostamente, ter dito a Anielle expressões chulas, com conteúdo sexual. Todos os episódios teriam ocorrido no ano passado”, diz um trecho da reportagem.
Procurada para se posicionar e falar sobre as acusações, a ministra Anielle Franco, até o momento, optou por não se manifestar. Ou seja, não negou as denúncias, tampouco as confirmou.
Nota de Silvio Almeida fala em “repúdio às mentiras”
Na noite desta quinta (6), o ministro Silvio Almeida emitiu uma nota oficial no portal do governo federal se manifestando em relação às denúncias de assédio sexual. Ele disse que está sendo vítima de “acusações baseadas em mentiras, sem provas”, direcionadas a “afetar sua imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público”, mencionando ainda sua esposa e a filha de um ano de idade.
Veja a íntegra da nota publicada na página do MDHC:
Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.
Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro.
Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.
Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.
As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.
Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício.
Silvio Almeida
Ministro de Estado dos Direitos Humanos e da Cidadania