INVESTIGAÇÃO

PF abre inquérito contra membros do MBL e Amanda Vettorazzo é intimada

Integrantes do grupo de extrema direita são investigados por suposto crime contra a honra do presidente Lula

Amanda Vettorazzo, coordenadora do MBL investigada pela PF.Créditos: Reprodução/Instagram
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A Polícia Federal (PF) abriu recentemente um inquérito para investigar integrantes do "Movimento Brasil Livre", o MBL, por suposto crime contra a hora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Um dos alvos da investigação é Amanda Vettorazzo, coordenadora do grupo de extrema direita que concorre a uma vaga de vereadora em São Paulo (SP) pelo União Brasil.

Ela e outros membros do MBL – Arthur Scarance, Benjamin Pontes, Larisse Teixeira, Luis Fernando de Miranda e Leonardo de Carvalho Dias – são investigados por uma manifestação feita contra Lula no dia 5 de julho na cidade de Osasco, quando presidente inaugurou um prédio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na ocasião, o grupo provocou o mandatário e apoiadores, gritando palavras de ordem como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão".

Amanda Vettorazzo já foi intimada a prestar depoimento à PF em Brasília no dia 12 de setembro. Há, contudo, a possibilidade de que a oitiva seja realizada de maneira remota. O inquérito contra os membros do MBL foi aberto pela PF após pedido do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

"O meu crime? Dizer a verdade. Falar que o Lula é ladrão porque de fato ele é, ele não foi descondenado. Isso é uma clara perseguição política. No meio da campanha vou ter que ir para Brasília responder a isso. Eu, de verdade, não sei o que vai acontecer. Mas reitero: não retiro nenhuma palavra que disse", declarou Amanda Vettorazzo através das redes sociais. 

Investigação por fake news 

O MBL já é alvo de outra investigação da Polícia Federal. Em julho, um inquérito contra o grupo foi aberto por criação e propagação de fake News para difamar Lula nas redes sociais.

O pedido de abertura de inquérito foi feito pelo então ministro da Justiça, Flávio Dino, antes de deixar a pasta para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF).

A investigação tem como base uma publicação de agosto de 2023 em que o MBL dizia que "Lula aprova aborto e mudança de sexo".

Em nota, o MBL diz que o tuite "não tem absolutamente nada de errado" e, segundo a coluna Painel, da Folha, afirma que "o governo Lula apoia, sim, aborto e mudança de sexo".

Na publicação, no entanto, o MBL usa o termo "aprova" para se referir a uma resolução do Conselho Nacional de Saúde que sugere o debate sobre a legalização do aborto e a redução para 14 anos do início da terapia hormonal em quem se reconhece transgênero.

É importante ressaltar que o Conselho, formado por entidades de classes e representantes da sociedade civil e do governo apenas sugere temas e não tem nenhuma relação com as decisões tomadas por Lula ou pela sua gestão.