O governo Lula decidiu tomar uma atitude com relação à fake news espalhada por bolsonaristas contra o assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim. Nesta terça-feira (6), a Advocacia-Geral da União (AGU) notificou as redes sociais X (antigo Twitter), Instagram e Facebook para que removam de suas plataformas um vídeo manipulado em que Amorim supostamente dá um abraço caloroso presidente venezuelano Nicolás Maduro.
As imagens, geradas com auxílio de inteligência artificial, vêm sendo usadas para espalhar a informação falsa de que o governo brasileiro teria reconhecido o resultado da eleição na Venezuela que alçou Maduro a um terceiro mandato. O Brasil, junto à Colômbia e ao México, cobra a divulgação das atas eleitorais venezuelanas para reconhecer ou não a vitória do mandatário do país vizinho.
O vídeo falso, entre outras pessoas, foi compartilhado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“A veiculação de vídeos ou imagens manipuladas pelo uso de inteligência artificial, criando cenas não condizentes com a realidade, retira da sociedade o direito fundamental à informação. A sociedade tem o direito de ser informada com base nos valores éticos e sociais, conforme garante a Constituição Federal, em seu artigo 221, inciso IV”, explica Priscilla Rolim de Almeida, coordenadora da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD) da AGU.
Desmentido
Na última sexta-feira (2), a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) já havia desmentido o vídeo manipulado que associa Celso Amorim a uma inexistente confraternização com Nicolás Maduro.
"O vídeo é uma montagem criada com o uso de tecnologia de Inteligência Artificial. Amorim apontou o vídeo como 'totalmente manipulado e falso', afirmando que nunca houve tal abraço e que a gravação é uma clara tentativa de desinformação. O vídeo mostra um abraço prolongado entre Amorim e Maduro. A peça em questão mistura cortes de um encontro ocorrido no ano passado entre Amorim e Maduro como se fosse de agora juntamente com imagens geradas por inteligência artificial, criando uma narrativa completamente falsa e distorcida", diz nota da Secom.
"A desinformação representada por esse vídeo destaca a necessidade de cautela e verificação de informações antes de compartilhá-las. O Governo Federal reforça a importância de combater a disseminação de notícias falsas", prossegue a secretaria.