O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, colocou mais lenha na fogueira da briga com os filhos de Jair Bolsonaro após ser humilhado em publicação do ex-presidente nas redes sociais.
No post, Bolsonaro citava supostos feitos de seu governo, quando Marçal comentou: “Pra cima capitão. Como você disse: eles vão sentir saudades de nós.” O ex-presidente, então, respondeu: “Nós? Um abraço.”
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A seguir, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), também respondeu:
“Pablo Marçal, estranho. Em 2022 vc disse que a diferença entre Lula e Bolsonaro é que um deles tinha 1 dedo a menos. Só acordou agora? Tá parecendo até o Mourão...”
Marçal, então, revelou que fez uma doação de R$ 100 mil à campanha de Bolsonaro e que, se o presidente considerava que eles não estão juntos, que devolvesse o dinheiro.
Já na parte da noite, após participar de um evento na capital paulista, Pablo Marçal, que tenta capturar votos de bolsonaristas, afagou Jair Bolsonaro e disparou contra Carlos Bolsonaro que, segundo ele, é quem teria dado a resposta na publicação do perfil do ex-presidente.
"O Carlos que tem problema comigo. Eu tenho preservar o Carlos mas ele é um 'retardado mental', é um cara que não tem um escrúpulo. Mas pelo ex-presidente eu vou relevar aquele comentário dele (...) Ele sempre está aí para atrapalhar", disse Marçal.
O coach de extrema direita revelou ainda que teria gravado vídeos com o Jair Bolsonaro para a última eleição, em que o ex-presidente pediria "desculpas" à nação, mas que o material teria sido vetado por Carlos e que isso fez o ex-presidente perder a eleição.
Veja vídeo:
A nova estratégia de Carlos Bolsonaro
Após pesquisa Datafolha mostrar que Pablo Marçal (PRTB) está em situação de empate técnico com Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) publicou uma postagem no ex-Twitter manifestando apoio à candidata Marina Helena (Novo).
"Diante de entendível resistência ao tal do Nunes, mas não me referindo ao pessoal que tem um projeto de poder e financeiro liderado por outro que nunca apresentou nada para ser considerado de direita, por mim se colocando propositalmente com apoio de determinados para tentar anular a direita construída a duras penas no país, além de todas suas artimanhas cometidas diariamente, eu sinceramente, consideraria a Maria Helena do partido Novo como uma possibilidade de voto, visto que todos têm seus problemas, mas está se mostra de bom preparo e mais afinidades claras com a direita. É uma opinião. Cada um faz o que quer, além de impedir o avanço da extrema-esquerda na pessoa do Boulos, soldado do Lula. Boa noite a todos!", diz a postagem.
Na segunda-feira (19), Carlos Bolsonaro havia criticado Pablo Marçal pelo fato de o candidato ver com ressalvas um possível impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. “É sério que o mais novo direitista está parecendo dar aquela passada de pano pro ministro depois de tudo que esse senhor fez e continua fazendo, mesmo agora diante de fatos expostos? Pegaram esse código?”, disse o vereador.
Ao Metrópoles, Marçal tentou se defender. “Não apoiei Moraes. Eu estive na posse quando fui candidato à Presidência. Eu, Bolsonaro, Lula, Sarney, Dilma e os presidenciáveis, mais 24 governadores. E que tudo o que está sendo apurado gere responsabilização”, disse ao veículo.
Embora Jair Bolsonaro tenha manifestado um apoio tímido em vídeo a Ricardo Nunes e evite fazer críticas mais contundentes a Marçal, a tarefa de atacar o coach fica a cargo de seus filhos.
Nesta quarta-feira (21), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atacou o candidato do PRTB por ter cancelado uma entrevista com Paulo Figueiredo, neto do último presidente da ditadura João Baptista Figueiredo.
"Bem, se você for aplicar o velho ditado, 'quem com ferro fere, com ferro será ferido', é pra todo mundo chamar o Paulo Marçal de arregão, porque foi isso que ele falou quando os outros se furtaram aí pro debate com ele. Mas eu não vou nessa linha daí não, inclusive muita coisa tá mudando, a matéria do Estadão agora dá conta de colocar que auxiliares aí da campanha do Paulo Marçal venderam carros de luxo em troca de drogas do PCC. Cada um faz o seu julgamento, mas já começa também a perder um pouco da moral pra ficar fazendo aquela gracinha acusando os outros de cheirador, inclusive ele falou que tinham dois e um, ele não apontou quem é", disse o filho de Jair Bolsonaro em vídeo.
Pablo Marçal é visto como um potencial candidato ao Senado por São Paulo em 2026, cargo que também é almejado por Eduardo Bolsonaro. Embora haja duas vagas em disputa por estado nas próximas eleições, os dois concorrem na mesma faixa de eleitorado.
Assim, o apoio de Carlos Bolsonaro à candidata do Novo à prefeitura paulistana, que tem um perfil de extrema direita anti esquerdista que agrada ao bolsonarismo, poderia tirar votos de Marçal, dificultando sua chegada a um eventual segundo turno.