Uma matéria da Folha de S. Paulo tem induzido os leitores ao erro. Intitulado "Mãe da filha de Carlos Bolsonaro tem cargo no Ministério da Gestão", o texto, publicado na noite desta segunda-feira (22), não dá destaque a um "detalhe" primordial.
Nas redes sociais, a matéria é divulgada apenas com o título e muitos não abrem o link ou leem apenas os primeiros parágrafos. Desta maneira, o texto, se não for lido atentamente, passa a impressão de que Martha Seillier, ex-secretária de Paulo Guedes ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro, e mãe da filha do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), teria ganhado um "cargo" no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O "detalhe" que o jornal deixa para mencionar apenas no meio do texto é que Martha Seillier, na verdade, é funcionária de carreira do serviço público desde 2009. Isto é, além de não ter sido agraciada com um "cargo" pelo atual governo, já que atua junto ao Poder Executivo há muitos anos, ela é concursada e não pode ser demitida sem justa causa.
Segundo dados do Portal da Transparência, Martha Seillier entrou no serviço público em 2009 com um cargo no Ministério da Economia, sendo que depois, ao longo dos anos, passou pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e pelo próprio Ministério da Gestão e Inovação.
A partir de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, Martha Seillier passou a ocupar cargos "de natureza especial" no ministério da Economia de Paulo Guedes. Foi secretária do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da pasta, presidiu a Infraero e, em 2022, se tornou, através de indicação de Guedes, secretária do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Em 2023, a mãe do filho de Carlos Bolsonaro retornou ao Ministério da Gestão e Inovação, onde está lotada até hoje desempenhando funções burocráticas.
Veja abaixo o histórico de Martha Seillier no serviço público