MUDOU

PF volta atrás e indicia família que hostilizou Alexandre de Moraes em Roma

Ato de ataque ao ministro do STF por bolsonaristas ocorreu no Aeroporto Leonardo da Vinci, na capital italiana, em julho de 2023. Em fevereiro deste ano, outro delegado não deu continuidade no caso

Créditos: Antônio Cruz/Agência Brasil
Escrito en POLÍTICA el

A Polícia Federal voltou atrás numa decisão tomada em fevereiro deste ano e resolveu indiciar três integrantes de uma família de São Paulo que são acusados de hostilizar o ministro Alexandre de Moraes, assim como sua esposa e filho, no aeroporto Leonardo da Vinci, em Roma, na Itália. O fato teria ocorrido quando os dois grupos se cruzaram na área de embarque do principal aeródromo que serve a capital italiana, em julho de 2023, e teve forte repercussão na imprensa dos dois países.

O delegado que conduzia as investigações incialmente, Hiroshi de Araújo Sakaki, achou melhor não indiciar Roberto Mantovani Filho, Andreia Mantovani e Alex Zanatta, os dois primeiros um casal e o terceiro genro deles, moradores da cidade de Santa Bárbara d’Oeste, sob o argumento de que o caso tratou-se de “um crime de menor poder ofensivo”. Mas a coisa mudou.

Por determinação do ministro Dias Toffoli, que exigiu a reabertura do inquérito por não concordar com o resultado apresentado pela PF, o novo delegado do caso, Thiago Severo de Rezende, concluiu pelo indiciamento dos três acusados, explicando que tal interpretação se deu exclusivamente pela análise de provas, sem qualquer relação com posicionamentos ideológicos envolvendo o episódio.

O indiciamento dos bolsonaristas foi pelo crime de calúnia, cuja pena varia de seis meses a dois anos de prisão, ainda que, no caso de condenação, a pena possa ser aumentada em um terço pelo fato de os réus terem cometido o ato contra um funcionário público e em razão de suas funções profissionais.

A defesa dos acusados, feita pelo advogado Ralph Tórtima, disse que a mudança na conclusão do inquérito por parte da PF “causa perplexidade e enorme surpresa a nova manifestação da Polícia Federal”.

“Não faz muito, a PF opinou pelo arquivamento das investigações. Destaque-se: essa drástica mudança acontece sem que nada de novo, nenhuma outra prova, tenha sido juntada aos autos”, acrescentou ainda o advogado.