Muita gente não sabe, mas Alexandre Giordano (MDB-SP) é senador da República pelo estado mais rico e populoso do Brasil. Ele chegou ao posto por ser suplente do Major Olímpio (PSL-SP), o PM bolsonarista que morreu de Covid em março de 2021. No entanto, o nome de Giordano veio à tona nos últimos tempos pelo fato de o desconhecido parlamentar ter sido denunciado pelo jornal Folha de S.Paulo por gastar mais de R$ 336 mil em combustíveis, pagos com dinheiro público, da cota a que deputados e senadores têm direito, para carros de seus parentes e de uma empresa da família.
Agora, Giordano quer mais uma mamata. Ele solicitou à Prefeitura de São Paulo que lhe conceda placas oficiais para colocar em seus veículos na megalópole “para não se atrasar aos compromissos” de seu mandato e, com elas, estar autorizado a circular nas faixas de ônibus da cidade, “evitando trânsito”. Essas placas são dadas a deputados estaduais, ao governador e vice-governador e aos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo. Mas há um problema com o pedido de nobre e desconhecido senador.
Giordano, como senador da República, despacha e mora em Brasília, capital federal, onde está o Senado e a Câmara dos Deputados, que juntos formam o Congresso Nacional. Para falar o português bem claro, se Giordano tem compromissos oficiais em decorrência do cargo que ocupa, eles são em Brasília, não na capital paulista. Claro, se ele estiver em São Paulo, pois é do estado, terá que enfrentar o trânsito como qualquer cidadão, já que não é uma autoridade do município ou do estado.
A Prefeitura de São Paulo, que é comandada por um político de seu partido, o MDB, Ricardo Nunes, outro ilustre desconhecido que chegou ao cargo porque o prefeito Bruno Covas (PSDB) faleceu, e ele era seu vice, ainda não se pronunciou sobre o mimo pedido pelo senador.