FEZ A EGÍPCIA

Em Lisboa, Lira se esquiva sobre descriminalização do porte de maconha pelo STF

Presidente da Câmara dos Deputados foi cercado por jornalistas para falar sobre decisão do Supremo que enfureceu seu campo político. Veja o que ele disse

Deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, no 12° Fórum de Lisboa.Créditos: Henrique Rodrigues/Revista Fórum
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De LISBOA | O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi cercado por uma multidão de jornalistas após a cerimônia de abertura do 12° Fórum de Lisboa e as perguntas eram praticamente as mesmas: como ele viu a decisão do Supremo Tribunal Federal, por 8 votos a 3, de descriminalizar o porte de maconha por usuários no país, um tema que despertou fúria em seu grupo político, sobretudo na extrema direita bolsonarista e na bancada evangélica.

Nitidamente impaciente, Lira, aos muxoxos, procurou se esquivar, lembrou que a PEC das Drogas (Proposta de Emenda Constitucional 45 de 2023), que criminaliza o porte de qualquer quantidade de qualquer entorpecente no Brasil, está em tramitação no Congresso Nacional, tendo sido admitida já na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e finalizou informando que nada alterará a velocidade e o rito de tramitação da matéria na Câmara, mesmo com a decisão do STF que passou a ser vista como uma afronta ao Legislativo.

“Primeiro é necessário que vocês tenham noção de como as coisas funcionam no Legislativo. A PEC votada no Senado Federal está tendo tramitação absolutamente normal, independente do que ocorre em outro poder. Ela foi enviada à CCJ, teve a sua admissibilidade aprovada e, depois de sua admissibilidade aprovada, vai para uma comissão especial. Eu estava aqui em Portugal quando ela foi chancelada, e ela não será acelerada, nem retardada, terá um trâmite normal no Legislativo, para que o parlamento possa se debruçar sobre esse assunto, que veio originalmente do Senado Federal”, disse o presidente da Câmara, para acrescentar na sequência, ao ser questionado, que “sua opinião pessoal não tem importância”.

Na presença do ministro Gilmar Mendes, anfitrião do evento, e de outros magistrados do STF, como Flávio Dino, o presidente da Câmara procurou falar de outras pautas, como a Reforma Tributária, para não criar um clima constrangedor com os dois ministros, ainda que Dino não tenha votado neste caso relacionado à maconha.