Não há um só dia em que o Brasil não seja bombardeado pela cobrança da mídia sobre o governo Lula, questionando o déficit público, que estaria muito alto. Tudo isso para manter os juros, eles sim, nas alturas.
O Brasil, que tem um Banco Central independente (até da realidade), tem hoje a segunda maior taxa de juros reais do mundo, para alegria dos rentistas e dos financistas que lucram em cima deles. E para tristeza do povo e dos empresários que precisam de empréstimos para crescer.
Com a manutenção da Selic em 10,5%, o Brasil se consolida na segunda posição do ranking de países com as maiores taxas reais do mundo. O país, com juros reais de 6,79% ao ano, fica apenas atrás da Rússia, primeira colocada, com taxa de 8,91%, segundo o site MoneYou. O México aparece em terceiro lugar com juros reais de 6,52%. O Brasil está na vice-liderança desse ranking desde setembro do ano passado. [O Globo]
Somente de juros para banqueiros, rentistas e financistas, o Brasil pagou R$ 790 bilhões no ano passado, dinheiro que faz falta para a Educação e Saúde. No entanto, em vez de defender uma diminuição nesses juros, a mídia pede cortes nas áreas de Educação, Saúde. Tudo isso para manter sob controle o tal déficit público.
Cansado da ladainha da mídia, o presidente resolveu trazer, como ele gosta de citar, os dados concretos, para que se tenha uma comparação do déficit do Brasil com os de outros países que a mídia vive bajulando.
"Se fala muito de dívida pública, dívida pública, dívida pública... Eu vou dar um exemplo pra vocês dos países modelos dos banqueiros brasileiros. A dívida pública do Brasil, bruta, é exatamente 74.3%. A dívida pública da Espanha é 112%. A dívida pública da Itália é 137%. A dívida pública da França, 112%. da Índia, 86%, do Japão, 237%, da China, 83% e dos Estados Unidos, 123%. Esse país é um país muito seguro. E o presidente do Banco Central tem que saber que quem perde dinheiro com essa taxa de juro alta é o povo brasileiro. São os empresários brasileiros que não conseguem ter para investir."
O choro da mídia pelo "controle do déficit público" significa na realidade "manutenção dos juros nas alturas", pois hoje a própria mídia lucra mais com os juros do que com suas empresas. Pedem e pressionam o governo pela desoneração, para aplicar o dinheiro na compra de títulos da dívida brasileira e faturar com os juros.