EVANGÉLICOS

Aava Santiago: Bancada evangélica é "chantagista" e não representa crentes

Para vereadora "malocrente", governo Lula precisa mudar de interlocutores e sair do Congresso para dialogar com cristãos

Aava Santiago defende outra estratégia para público evangélicoCréditos: Gustavo Moraes Mendes
Escrito en POLÍTICA el

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta terça-feira (18), a vereadora de Goiânia Aava Santiago (PSDB-GO) fez uma profunda análise da relação do governo Lula com os evangélicos no rescaldo do PL do Estupro. A legisladora, que se autodefine como "malocrente", avaliou a situação do governo e sua relação com os religiosos do país.

De acordo com a parlamentar, o campo progressista tem tido dificuldade com o eleitor evangélico por conta dos interlocutores que escolheu ter com a comunidade.

O governo segue optando pelo diálogo com membros da bancada evangélica, que, segundo Ava, não representam os fieis, mas sim outros grupos econômicos no parlamento.

Não precisa ter mandato"

"É preciso mudar os interlocutores. Pensando em nível de governo federal. 'Ah, o governo não consegue conversar com evangélicos..' Claro, só conversa com o chantagista, conversa com essa bancada, conversa com os donos de televisão, conversa com os donos de rádio, com os empresários multimilionários da fé", afirma Aava Santiago.

Ela propõe que o governo tente criar um polo de diálogo diretamente com mulheres e pastores em comunidades evangélicas ao redor do país.

"Então tem que mudar os interlocutores. Eu disse ontem, em uma entrevista que eu dei e vou repetir aqui: você substitui  um deputado federal desse, que se diz defensor dos valores cristãos, por 100 missionárias, você faz uma frente evangélica popular e aí você chega nas pessoas", afirma.

Nas últimas pesquisas de popularidade, o governo Lula enfrenta a maior rejeição entre os evangélicos. O grupo político do presidente e a esquerda no geral tem tido dificuldade de estabelecer diálogo com tal comunidade. Para Aava, a solução está fora do Congresso.

"Não precisa ter mandato, não. A gente também tem que criar novos métodos de mobilização popular, e não dialogar só com quem tem mandato. Porque você tem, especialmente, eu friso aqui, por ser inclusive a minha expertise, as mulheres evangélicas detentoras de uma brilhante tecnologia social de resolução dos conflitos reais, que tem muito mais a contribuir se forem chamadas pra participar dessa conversa", completou Aava.

Confira a entrevista de Aava Santiago para o Fórum Onze e Meia desta terça-feira (18):

 

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