A ex-mulher do presidente da Câmara Arthur Lira, Jullyene Lins, voltou à carga contra ele no X, antigo Twitter.
Jullyene já havia publicado sua indignação com o fato de Lira ter colocado em votação a urgência do PL 1904/23, que criminaliza mulheres estupradas e ficou conhecida como PL dos Estupradores.
Hoje de madrugada, Jullyene voltou ao X, mostrando que está disposta a ajudar o movimento "Fora Lira", que começa a ganhar força pelo país:
Agredida, violentada, ameaçada, censurada, coagida, além de sofrer crises corriqueiras de pânico, e se tudo isso não bastasse, ainda sou perseguida pelo seu gestapo institucional que não compartilha provas, não investiga, não julga processos, apenas engaveta tudo que possa expor esse chantagista! O fora Lira será ainda maior, pretendo detalhar com muitas provas, documentos e áudios tudo que for possível, para desmascara-lo, agora sem medo de morrer, devido a grande repercussão de quem de fato é esse covarde! Jamais perderei a esperança de que um dia, se fará justiça, e quem sabe não consigo até ajudar a PF a encontrar o verdadeiro dono dos 4 Milhões abandonados até hoje nos cofres da instituição?
Entenda o caso
No dia 5 de novembro de 2006, seis meses após terem se separado, Jullyene diz ter sido agredida e estuprada pelo parlamentar depois de ele saber que ela estaria se encontrando com um homem.
"Ele dizia: 'Sua puta, sua rapariga, você quer me desmoralizar?', enquanto puxava meu cabelo e me batia. Quando me deu uma rasteira, eu caí, e ele começou a me chutar", contou Jullyene.
Jullyene fez um Boletim de Ocorrência na polícia registrando a agressão. A ele se juntaram depoimentos de quatro testemunhas e o laudo médico que atestou hematomas nas pernas e nos braços.
Lira foi absolvido no STF (Supremo Tribunal Federal), após Jullyene mudar seu depoimento, segundo ela por ter sido ameaçada por ele: se não retirasse a queixa, perderia a guarda dos dois filhos. [UOL]
Somente no ano passado, Jullyene contou à Agência Pública o restante do que teria se passado naquela noite. A violência não foi apenas verbal nem de socos e tapas.
“Aconteceu uma coisa que eu nunca contei a ninguém, ele disse pra mim: ‘Você está atrás de macho, eu vou lhe mostrar quem é o homem’. Ele me puxava pelo cabelo e dizia: ‘O homem aqui… você é minha mulher, você não vai ter outro homem, você é minha, você é a mãe dos meus filhos. Você quer me desmoralizar, vamos lá para o quarto agora que eu vou te mostrar quem é o homem aqui, você não quer isso? Você não está querendo? Atrás de homem pra quê? Pra fuder? Então vou lhe mostrar agora.” Foi quando o deputado Arthur Lira a teria puxado pelo cabelo e a violentado.
A reportagem da Pública foi censurada e continua fora do ar.
Em julgamento nesta quarta-feira (3/4), a Justiça do Distrito Federal manteve a censura à reportagem da Agência Pública que publicou acusações de abuso sexual feitas contra o presidente da Câmara, Arthur Lira, pela ex-mulher dele, Jullyene Lins. A matéria foi veiculada em junho de 2023. [Metrópoles]
Jullyene Lins manifestou sua reação indignada em seu perfil na Rede X, antigo Twitter:
!!URGENTE!!!!!!!!!“COMPARTILHEM, MARQUEM TODAS AS MULHERES E PARLAMENTARES COMBATIVOS, RESISTAM, NÃO DESISTAM!”
Estou profundamente indignada com a aprovação da urgência do projeto de lei sobre o aborto, que coloca as vítimas de estupro em uma situação ainda mais vulnerável. É inaceitável, vexatório, uma total falta de empatia e respeito pelas mulheres que sofrem com essa terrível realidade. Arthur Lira, como presidente da Câmara dos Deputados, não possui a envergadura moral necessária para lidar com uma questão tão delicada e crucial para a dignidade e os direitos das mulheres. Afinal, somente quem já passou pela angústia e dor de um estupro sabe a profundidade do trauma e da violência que isso representa.
Tenho temores profundos em relação à credibilidade do parlamento brasileiro para pautar leis dessa natureza, pois a aprovação de medidas que penalizam ainda mais as vítimas é um retrocesso inadmissível. É urgente que as vozes das mulheres sejam ouvidas e respeitadas, e que sejam implementadas políticas que as protejam e assegurem seus direitos fundamentais.
É hora de nos unirmos em defesa das mulheres, em busca de um país mais justo, igualitário e empático. Não podemos permitir que a misoginia e a falta de compaixão prevaleçam em nossas instituições. É preciso agir, lutar e resistir contra qualquer forma de violência e opressão. Juntas, podemos fazer a diferença e construir um futuro mais humano e solidário para todas nós. O MUNDO PRECISA NOS OUVIR!