A jornalista da Band, Adriana Araújo, fez um forte e emocionante depoimento sobre o PL 1904, conhecido como PL da Gravidez Infantil, cuja urgência foi aprovada na Câmara dos Deputados na noite desta quarta-feira (12).
O PL equipara o aborto realizado após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro.
Em última instância, a proposta torna a mulher vítima de estupro que aborta suscetível a uma pena criminal maior do que a do estuprador. Por criminalizar o aborto mesmo em casos de violência sexual, o projeto ganhou o apelido de 'PL da Gravidez Infantil'.
A proposição é assinada por Nikolas Ferreira, Carla Zambelli e outros deputados da base bolsonarista, e foi pautado para urgência pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
O projeto tem sido alvo de intensa mobilização das mulheres nas redes sociais. A jornalista Adriana Araújo, da Band, fez um forte depoimento sobre o tema, que viralizou nas redes sociais:
"Se o projeto avançar no Congresso como está, uma menina, uma jovem que tiver sido estuprada e decidir pelo aborto, após 22 semanas de getação, ela vai ser punida como assassina por homicídio. Uma pena que pode chegar a até 20 anos, o dobro, por exemplo, de uma pena que é dada a um estuprador", afirma Araújo.
"O que os deputados querem fazer é condenar mulheres vítimas de estupro como homicidas. Se isso avançar, é a vitória da hipocrisia, dos hipócritas que não conseguem dizer para as mulheres que elas têm direito sobre o próprio corpo, que não conseguem admitir que as mulheres devem ter a palavra final sobre o destino delas. Se isso seguir como está, é a vitória de machistas, de misóginos, que não conseguem discutir com seriedade o aborto como um assunto de saúde, que não conseguem discutir com seriedade vários outros temas que poderiam, inclusive, evitar abortos, como educação sexual nas escolas", completa a jornalista.
Veja o vídeo:
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