A sessão realizada nesta terça-feira (11) na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados com o ministro-chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, começou de forma quente. Como é hábito, os bolsonaristas foram “cheios de vontade” para cima do integrante do governo Lula que seria sabatinado, mas já no começo o tempo fechou e a virulência da resposta de Pimenta ao deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) desconcertou o bolsonarista.
O parlamentar de extrema direita, que se orgulha de ter tido um avô que serviu ao lado dos nazistas na 2ª Guerra Mundial, foi fazer uma insinuação sobre a esposa do ministro, que teria o acompanhado em visitas ao Rio Grande do Sul após a tragédia das chuvas do último mês. Pimenta aproveitou o tema “esposa” para relembrar um fato incômodo: Bilynskyj, em 2020, antes de ser deputado e quando ainda era delegado de Polícia Civil em São Paulo, se envolveu num episódio confuso com sua esposa, Priscila Delgado Barrios, do qual ela acabou saindo morta a tiro e ele ferido. Após uma longa tramitação na Justiça o caso foi considerado um ataque à bala da mulher contra o marido, seguido do suicídio dela, ainda que os críticos e detratores do hoje deputado digam que não acreditam na versão.
“A primeira pergunta é se a minha esposa me acompanhou no roteiro? Sim, sou ministro de Estado, participo de eventos públicos e muitas vezes a minha esposa me acompanha... Não posso dizer o mesmo do senhor, não é? Porque... o senhor acha que tem alguma coisa estranha nisso? Inclusive eu tenho uma relação muito boa com ela, de respeito, sem...psiu (pede silêncio de forma irônica) A minha delegação sou eu que escolho... E com ela eu mantenho uma relação de respeito e sem violência, sem agressão... Para mim, inclusive, é um orgulho ela poder andar junto comigo”, disparou Pimenta, olhando nos olhos do interlocutor, sem se deixar intimidar.
Bilynskyj ainda pediu a palavra para se defender, usou a velha tática dos bolsonaristas de dizer que tudo é fake news, embora sejam conhecidos como movimento político apenas pelo uso desse expediente sujo, e acusou o ministro de “espalhar mentiras”. Seu embaraço era nítido com a resposta avassaladora. Ele passou a gritar, deu um tremendo chilique público e abandonou a sessão da CCJ aos berros.
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