O prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse nesta terça-feira (11) que pode antecipar o anúncio do nome para a vaga de vice na chapa em que tentará a reeleição à Prefeitura de São Paulo, em outubro. O emedebista sofre pressão pública do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e, mais recentemente, também do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) para que seja escolhido o coronel Ricardo Mello Araújo.
Mas apesar de repetir que não cederá a pressões, que a escolha do vice da sua chapa acontecerá após debates com os partidos que o apoiam e que o nome só sai depois das convenções do MDB – marcadas para o final de julho – Nunes admitiu que pode antecipar o anúncio.
"Vou escutar o Tarcísio, vou escutar o presidente Bolsonaro, vou escutar o PP, o Podemos, o PSD, o Republicanos, o MDB, enfim, todo mundo que está fazendo parte da nossa frente ampla e definir. O prazo é lá nas convenções [do MDB], mas lógico que eu vou anunciar, não vou esperar a convenção", afirmou o emedebista.
O prefeito relatou, ainda, uma conversa em que Tarcísio pediu rapidez na definição. O breve encontro, segundo Nunes, ocorreu na segunda-feira (10), na Assembleia Legislativa de São Paulo, durante a entrega de uma homenagem a Roberto Campos, presidente do Banco Central.
"O Tarcísio disse 'Eu acho que a gente precisa resolver logo isso, a gente precisa reconhecer o trabalho que ele [coronel Mello] fez no Ceagesp. Mas vamos conversar depois.' Eu preciso falar com o govenador", relatou Nunes.
O prefeito paulistano reconheceu que o PL tem a prerrogativa da escolha do seu vice e falou como a cúpula da legenda de Bolsonaro tem insistido em fazer com que a sua influência prevaleça.
"O PL é o maior partido, tem maior tempo de televisão, por exemplo. Entre o PL e o segundo, tem uma distância enorme, tem um tempo de televisão gigantesco, tem uma base muito forte, são 99 deputados federais. Então, lógico que o PL vai fazer uso legítimo desse tamanho que o partido tem. E tem insistido", explicou o prefeito.
Nunes também reconheceu que o ex-comandante da Rota não é nome de consenso entre os partidos que o apoiam. "Já vi alguns deputados do PP dizendo que não aceitam, ou que não gostariam que fosse o coronel Mello", disse Nunes.