VIOLÊNCIA CONTRA À MULHER

Maria da Penha: bancada feminina do Senado cobra punição de autores das ameaças em manifesto

“É inadmissível que uma pessoa cuja história de vida simboliza o combate à violência contra a mulher continue sendo vítima de agressões”; leia a nota completa

Maria da Penha Maia Fernandes.Créditos: Agência Brasil
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Senadoras assinaram uma manifestação em solidariedade à farmacêutica cearense Maria da Penha. A nota, divulgada na última sexta-feira (7), condena as ameaças que Maria vem recebendo de grupos extremistas nas redes sociais, que disseminam ódio contra mulheres na internet

“É inadmissível que uma pessoa cuja história de vida simboliza o combate à violência contra a mulher em nosso país continue sendo vítima de agressões”, diz uma parte do comunicado. Além de expressar apoio à Maria da Penha e exigir a garantia de sua segurança, também solicita a identificação e punição dos responsáveis. “Pedimos que tomem todas as providências necessárias para a identificação e punição desses criminosos”, destacam. 

Íntegra:

“A Bancada Feminina do Senado Federal manifesta sua absoluta solidariedade à senhora Maria da Penha, que vem sofrendo ameaças de extremistas por meio internet.

É inadmissível que uma pessoa cuja história de vida simboliza o combate à violência contra a mulher em nosso país, dando seu nome à lei mais importante que temos em defesa das brasileiras, continue sendo vítima de agressões por parte de covardes delinquentes que se escondem no anonimato digital.

Ao tempo em que nós senadoras declaramos nosso irrestrito apoio à Maria da Penha, cobramos das autoridades responsáveis que garantam sua plena segurança e que tomem todas as providências necessárias para a identificação e punição desses criminosos.”

Entenda

O caso surgiu após a produtora de extrema direita, Brasil Paralelo, que espalha desinformação e revisionismo histórico, produzir um “documentário” acusando a vítima. Desde então Maria da Penha recebe ameaças de morte pelas redes sociais. A “obra” colocou o agressor como vítima de um complô, enquanto a esposa que quase foi morta e ficou paraplégica como uma mulher de personalidade perversa. A produção foi a “senha” para que misóginos bolsonaristas passassem a atacá-la, desde que o filme foi disponibilizado na plataforma, em agosto do 2023.

Conhecida por dar nome à Lei Federal 11.340 de 2006, que estipula punição adequada e coíbe atos de violência doméstica contra a mulher, Maria da Penha é uma ativista dos direitos das mulheres. Ela sobreviveu a duas tentativas de feminicídio em 1983, quando foi baleada na coluna vertebral pelo então marido e posteriormente quase eletrocutada por ele no banheiro. Desde então, Maria da Penha usa uma cadeira de rodas para se locomover.

Após as ameaças recebidas, a ativista Maria da Penha passou a fazer parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Além disso, um memorial será construído no Ceará em sua homenagem.

*Com informações de Agência Senado