ACRE

Governador bolsonarista vira réu por corrupção no STJ em esquema de R$ 150 mi

Aliado de Bolsonaro é acusado de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude a licitação

Gladson Cameli e BolsonaroCréditos: PR
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O governador do Acre Gladson Cameli virou réu no Superior Tribunal de Justiça após decisão unânime da corte, que aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República nesta quarta-feira (15).

Cameli, feroz apoiador de Bolsonaro que cumpre o seu segundo mandato como governador do estado nortista, é acusado de liderar um esquema de fraude em licitações desde 2019, que resultou em prejuízos de R$ 150 milhões aos cofres públicos.

A investigação apurou que o governador e seus associados direcionaram contratos para empresas que pagavam propina e vantagens para os envolvidos, incluindo o irmão do governador, Eládio Messias Cameli Júnior.

Na decisão publicada nesta quarta, o STJ aceitou a denúncia e tornou Gladson Cameli réu por esses crimes.

A PGR chegou a pedir o afastamento do governador do cargo, mas o tribunal negou a solicitação e permitiu que ele continue exercendo o mandato.

O que diz a acusação

Segundo a denúncia do Ministério Público, o governo do estado do Acre contratou uma empresa de engenharia chamada Murano para manutenção predial.

O problema é que a empresa sequer tinha escritório no Acre ou tinha atuado no estado. Além disso, para contratá-la, não utilizou o método de licitação. Um dia após a assinatura do contrato, a empresa fechou uma parceria com a empresa Rio Negro, cujo sócio é Eládio Cameli, irmão do governador. 

Gladson, como chefe do governo do Acre, é apontado como uma das principais figuras no esquema. Além deles, outros membros da família também são acusados de fazer parte da organização criminosa.

A empresa de Eládio pagou parcelas de um apartamento em São Paulo que seria destinado ao governador do Acre, além de 81% um veículo de luxo que seria de posse do governador. 

Segundo a PGR, é “inegável o desvio de recursos públicos, os quais deveriam ser empregados na execução das obras, mas foram desviados em favor de familiares” de Cameli.

O governador nega as acusações e diz que "a defesa terá a tranquilidade e o espaço necessário para esclarecer dúvidas e repor a verdade".