RIO DE JANEIRO

No PT, Anielle Franco não descarta ser vice de Paes e quer disputar Senado: "sonho de Marielle"

"Chego aqui também por Marielle Franco. Não pela covardia e brutalidade que fizeram com ela. Mas pelo que significa, pelo que ela me ensinou, pelo que ela é", discursou Anielle em ato de filiação ao PT.

Anielle Franco e Lula em ato de filiação ao PT.Créditos: Ricardo Stuckert / Natália Elmor
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Em ato no Rio de Janeiro ao lado de Lula, Janja e figuras históricas do campo progressista do Rio de Janeiro, como Benedita da Silva e Marcelo Freixo, a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco se filiou ao PT na noite desta terça-feira (2)

"Chego aqui também por Marielle Franco. Não pela covardia e brutalidade que fizeram com ela. Mas pelo que significa, pelo que ela me ensinou, pelo que ela é", discursou Anielle.

A ministra contou o início da militância política da família, que começou quando ela e a irmã, a vereadora assassinada Marielle Franco, ainda crianças iam a atos de apoio a Lula com os pais.

"Minha trajetória não começou no 14 março [dia do homicídio de Marielle], nem no dia 10 janeiro [quando tomou posse como ministra]. Ela se forja na favela da Maré, quando ainda muito nova minha mãe me protegia de receber bala perdida", disse no evento, sem revelar os planos políticos.

No entanto, em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta quarta-feira (3), Anielle falou não só das eleições municipais, que acontecem em outubro, mas também dos planos para 2026, quando deve realizar o sonho de Marielle.

"O partido vai tomar essa decisão e vou estar à disposição, seja para o Senado ou deputada federal. Vamos construir isso juntas. Meu sonho de ser senadora é a continuação de um sonho da Marielle, da Benedita (da Silva), da Jurema Batista. Mas estou à disposição do partido para o que for melhor", afirmou.

Sobre as eleições municipais e a sondagem sobre ser vice de Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, Anielle segue a mesma linha e não descarta a primeira empreitada eleitoral.

"Hoje estou ministra, é o que eu posso dizer agora. Isso é uma decisão do presidente, do partido. Estou me colocando na política institucional muito para fortalecer mulheres negras nesses espaços. Na minha filiação, várias outras estão vindo junto. Prefiro ir por esse lado a dizer se quero ou não quero. Não é uma decisão tomada apenas pela Anielle, mas acho importante vários nomes (de mulheres negras) serem levantados, como a Tainá de Paula, a própria Benedita da Silva", afirmou.

Anielle afirmou ainda que tem uma "relação boa, de respeito" com Paes e que confia na decisão do PT.

"Tenho certeza que vão decidir da melhor forma, tomar a melhor decisão. Acho que a melhor pessoa para o Rio é quem tem combate ao projeto de morte. Não dá para termos uma cidade tão bonita com tanta violência, uma cidade que ao mesmo tempo que é palco de tanta beleza ser palco da morte de uma vereadora com cinco tiros na cabeça e os supostos mandantes que estão presos serem políticos".