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Celular de Zambelli tinha arquivo com pedido de prisão de Alexandre de Moraes

Deputada do PL é apontada como mandante de invasão hacker ao CNJ pela PGR

Carla Zambelli tinha mandato de prisão de Alexandre de Moraes no celularCréditos: Lula Marques/Agência Brasil
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O procurador-geral da República Paulo Gonet denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ao Supremo Tribunal Federal por ordenar a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) operada por Walter Delgatti Neto.

Em janeiro do ano passado, o hacker acessou o sistema do Conselho Nacional de Justiça sob instruções de Carla Zambelli para incluir documentos falsificados no espaço digital.

Zambelli tinha a intenção de adicionar ao sistema um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com uma assinatura falsificada no nome do magistrado.

A denúncia contra Zambelli possui uma evidência muito forte contra a deputada: a mandado de prisão estava no celular da própria parlamentar.

O mandado de prisão foi enviado do computador de Delgatti para Zambelli, que abriu o documento. Ambos também trocaram outro arquivo, que teria uma outra falsa ordem de quebra sigilo bancário contra Moraes, segundo a PGR.

"Dessa dinâmica é possível inferir que, logo após emitir o arquivo, Walter Delgatti o encaminhou para Carla Zambelli, em cumprimento ao acordo que haviam entabulado", escreveu o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

"A denunciada Carla Zambelli exerceu papel central na prática dos delitos relatados. Ela arregimentou o executor dos delitos, Walter Delgatti, mediante promessa de benefícios, com o objetivo de gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira, para obter vantagem de ordem política, propondo-se, desde o princípio, à invasão a dispositivo informático, que, afinal, determinou, participando ativamente de produção de ordem judicial ideologicamente falsa", declarou o procurador-geral.

Zambelli nega as acusações e afirma que Delgatti é um "mitômano".

Ambos responderão por dez crimes caso a denúncia seja recepcionada pela primeira turma do Supremo, composto por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Carmen Lúcia e Luiz Fux.