Neste domingo (21), a praia de Copacabana, no Rio, foi palco de uma manifestação organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que reuniu toda a patota da extrema direita contemporânea: pastor Silas Malafaia, Nikolas Ferreira (PL-MG), Bia Kicis (PL-DF), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e tantas outras figuras do referido campo político.
Os organizadores do ato em Copacabana, em especial o pastor Silas Malafaia, que assumiu a dianteira de tais manifestações, tinham certeza de que repetiriam o número do ato realizado em fevereiro, em São Paulo, que reuniu cerca de 180 mil pessoas.
No entanto, o número de pessoas presentes no ato deste domingo no Rio foi bem abaixo do esperado, o que era visível pelas imagens divulgadas pelas redes sociais. De acordo com o Monitor da USP, a manifestação bolsonarista em Copa reuniu cerca de 32 mil pessoas.
Além de imagens indigestas e discursos golpistas, também foram registrados momentos de enfrentamento aos fascistas que sujaram as ruas de Copacabana. Um deles foi uma mulher que "esfregou" na cara de apoiadores de Jair Bolsonaro uma linda toalha com o presidente Lula estampado, para desespero dos extremistas. Confira no vídeo abaixo:
Bolsonaro deve realizar novos atos para intimidar STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o seu entorno político devem realizar novas manifestações pelo Brasil. O principal objetivo é intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgar candidatos que vão disputar as eleições municipais deste ano.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, devem ser realizados novos atos no Nordeste, Sul e em Brasília. A próxima manifestação deve ocorrer no mês que vem em Joinville (SC).
O pastor Silas Malafaia é o personagem que está à frente da organização de tais manifestações, cujo objetivo é intimidar o Supremo Tribunal Federal e, especificamente, o ministro Alexandre de Moraes.
Lindbergh Farias defende prisão preventiva de Bolsonaro: "tentativa constante de golpe"
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) usou as redes sociais para defender a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração de Farias se dá após uma análise dos discursos realizados no ato deste domingo (21) em Copacabana, no Rio.
Segundo o deputado, Bolsonaro usou Malafaia para atacar as instituições democráticas, o STF e o ministro Alexandre de Moraes. "Impressionante como esse Bolsonaro é covarde [...] não teve coragem de falar do Alexandre de Moraes, ele terceirizou tudo pro Malafaia. Ficou falando só besteira, fake news [...] esse pessoal continua tentando dar golpe: foi um ataque ao Supremo, ao Senado [...] a tentativa de golpe é permanente [...] um festival de discursos da extrema direita contra a democracia brasileira”, disse Lindbergh.
Em seguida, Lindbergh Farias afirma que o ato deste domingo mostra que o golpismo segue em curso. "Este ato de hoje mostra que eles vão continuar criando um clima para intimidar o Supremo e impedir uma investigação livre. Isso é motivo de prisão preventiva [...] eu acho que, se não deterem Bolsonaro eles vão continuar o tempo inteiro nessa narrativa e nesse ataque à democracia", disse.
Gleisi detona discurso de Bolsonaro: “ladrão e inelegível”
A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) também usou as redes sociais para responder ao discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado neste domingo.
Em sua publicação, Gleisi Hoffmann rebateu o vitimismo de Bolsonaro em seu discurso e o lembrou que ele responde por alguns inquéritos. "Quem responde a inquérito, com provas materiais e testemunhos claros, por ser LADRÃO de joias que pertencem ao povo brasileiro é VOCÊ, inelegível. Assim como responde por fraude e conspiração para ROUBAR o resultado da eleição. Você foi declarado inelegível porque violou a lei e apostou que ficaria impune", disparou Gleisi.
Em seguida, Gleisi Hoffmann afirma que o ex-presidente construiu sua trajetória na "mentira". "A palavra 'mito' tem muitos significados e sinônimos. O que melhor se encaixa na personalidade e na trajetória de Jair Bolsonaro é o mais simples de todos: mentira", disse.
Ato de Bolsonaro reuniu 32 mil pessoas, segundo Monitor USP
Dados divulgados pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo, afirmam que o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizado neste domingo (21) na praia de Copacabana, no Rio, reuniu 32.750 mil pessoas.
Para efeito de comparação, a manifestação realizada em fevereiro, na cidade de São Paulo, reuniu 185 mil pessoas, ou seja, o ato de hoje reuniu cerca de 17% do público presente na Avenida Paulista e foi meta do registrado no outro protesto, também na Paulista, em 2022, que reuniu 64,6 mil pessoas.
O levantamento feito pelo Monitor da USP é coordenado por Alexandre Isaac Siqueira, Pablo Ortellado e Márcio Moretto e tem uma margem de erro de 3,9 mil pessoas para mais ou para menos.
A pesquisa do Monitor da USP foi realizada a partir de 35 fotos tiradas entre 10h e 12h30. Dessa maneira, os pesquisadores selecionaram nove fotos de forma a cobrir a extensão da manifestação na praia de Copacabana, sem sobreposição. Cada uma das fotos foi repartida em 8 pedaços. Em seguida, foi aplicado um método que identifica e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.
De acordo com informações do Estadão, o método possui uma precisão de 72,9% e acurácia (exatidão e precisão) de 69,5% na identificação de cada pessoa.