O plenário da Câmara dos Deputados decidiu, em sessão realizada na noite desta quarta-feira (10), manter a prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. Foram, ao todo, 277 votos favoráveis à manutenção da prisão, 129 contrários e 28 abstenções. Eram necessários 257 votos para que o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), também aprovado no sentido de manter a prisão de Brazão, fosse referendado.
Chiquinho Brazão foi preso em 24 de março, um domingo, pela PF, ao lado do irmão Domingos Brazão – conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do RJ – e de Rivaldo Barbosa, delegado e então chefe da Polícia Civil do Rio que atuou para travar as investigações acerca do crime, segundo as investigações.
Entre os deputados que votaram contra a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, isto é, para livrar o suposto mandante do assassinato de Marielle da cadeia, estão Nikolas Ferreira (PL-MG) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Nikolas não fez qualquer comentário acerca de seu voto para ajudar um suposto criminoso. Já Eduardo se justificou afirmando que votou contra a prisão pelo fato de Brazão não ter sido preso em flagrante.
A maior parte dos votos contra a prisão de Chiquinho Brazão partiu justamente do PL, legenda de Nikolas, Eduardo e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Há, entretanto, parlamentares que não seguiram a orientação da sigla e votaram para manter o suposto mandante do crime atrás das grades. Confira como votou cada deputado aqui.
A manutenção da prisão de Chiquinho Brazão foi defendida pelo relator do caso, deputado Darci de Matos (PSD-SC), em seu parecer lido no dia 26 de março. O parlamentar concordou com a tese do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a prisão preventiva de Brazão foi decretada por atos de obstrução à justiça que, segundo a Corte, “continuavam a ser praticados ao longo do tempo“.
Chiquinho Brazão e o apoio a Bolsonaro
O deputado federal Chiquinho Brazão, irmão de Domingos Brazão, apoiou Jair Bolsonaro em sua candidatura para reeleição em 2022. O parlamentar é um dos principais nomes da família Brazão, uma das mais poderosas da política carioca.
Em suas redes sociais, Chiquinho compartilhou diversos vídeos em outubro de 2022 fazendo campanha para Bolsonaro, inclusive ao lado do senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro. O mesmo Flávio Bolsonaro que assinou o projeto Escola Sem Partido na Alerj, junto de Domingos Brazão, apontado como um dos mandantes do caso Marielle.