Saiu hoje o levantamento de uma nova pesquisa Genial/Quaest, que ainda aponta no geral uma boa avaliação do governo do presidente Lula, mas vem recheada de más notícias.
Analistas estão comparando os números e procurando a razão: para muitos são as questões econômicas; para outros, a declaração de Lula de que Israel tem um comportamento em relação aos palestinos semelhante ao que Hitler deu aos judeus na Segunda Guerra.
No entanto, o que mais me chama atenção é que a pesquisa foi feita nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro. Ou seja, no dia do evento de Bolsonaro na avenida Paulista e nos dois subsequentes.
Não estará a pesquisa irremediavelmente comprometida pela intensa divulgação das redes bolsonaristas e mesmo da mídia corporativa, que sempre vê com bons olhos uma chance de fustigar o presidente Lula e os governos do PT?
As redes bolsonaristas e o jornalismo declaratório passaram as semanas anteriores ao evento acusando uma perseguição contra o Inelegível, sem pensar na contradição de ele estar com a oportunidade de organizar com liberdade um ato que, em resumo, era de protesto contra o que consideram "uma perseguição" ao ex-presidente e de críticas à nossa Justiça,
No domingo, 25, o Brasil não estava em seu dia normal. Pessoas pró e contra Bolsonaro estavam preocupadas com o evento e sua repercussão. Todos apreensivos e infectados pela comunicação do mesmo disparada diariamente por todo aquele período.
Como se começa uma pesquisa nesse dia sem que ela tenha um caráter enviesado e comprometido?
Como se pondera no resultado o efeito da máquina bolsonarista no país no dia do evento e nos dois subsequentes?
Uma nova pesquisa hoje traria os mesmos resultados?
A própria divulgação desta pesquisa não é mais uma arma nas mãos dos bolsonaristas e dos adversários do presidente Lula?
Qual o objetivo dos pesquisadores ao começar a pesquisa naquele dia?
São perguntas à espera de respostas.