Ouvidos em depoimentos no âmbito do inquérito do STF que investiga a tentativa de golpe de Estado gestada entre o fim de 2022 e o começo de 2023, os ex-comandantes da Aeronáutica e do Exército, respectivamente o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior e o general Marco Antônio Freire Gomes, teriam complicado diretamente a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na empreitada criminosa que tentou derrubar a democracia brasileira. A informação é da colunista Bela Megale, do diário carioca O Globo.
Segundo fontes da PF que atuam no caso, reporta a jornalista, os dois oficiais-generais deram “longos e detalhados” depoimentos, que teriam “ajudado a preencher lacunas importantes” da investigação, o que, na prática, implicaria no envolvimento direto e determinante do ex-presidente de extrema direita na conspiração para se manter no poder.
Nas oitivas, Baptista Júnior e Freire Gomes confirmaram a participação em reuniões e encontros nos quais foi discutida a criminosa minuta golpista que, no desejo de Bolsonaro, seria o documento a nortear o levante e o governo ilegal que poderia vir na sequência. Ambos negaram ter aderido ao golpe proposto.
O depoimento do ex-comandante do Exército foi tomado na sexta-feira (1°), enquanto que o do antigo chefe da Força Aérea uma semana antes da convocação dos vários militares suspeitos de colaborarem com a ruptura democrática proposta.
Já o ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier, que amplamente foi apontado como o único das Três Forças a aderir ao golpe, é um dos investigados no inquérito que tramita no STF e permaneceu em silêncio durante seu interrogatório.