Há mais de seis anos que ouvimos e lemos diariamente "Quem matou Marielle e Anderson" e depois "Quem mandou matar Marielle e Anderson" que até esquecemos que havia uma outra pessoa no carro no dia do assassinato, e ela sobreviveu.
Assessora do PSOL, à época de Marielle, a jornalista Fernanda Chaves estava no carro na noite daquele 14 de março de 2018, quando o ex-PM Ronnie Lessa, num carro dirigido por outro ex-PM, Elcio Queiroz, assassinou Marielle e Anderson e feriu Fernanda com estilhaços de vidro.
Fernanda passou anos fora do país após o crime.
Na última quarta, dia 20, ela esteve com deputados federais do PSOL numa audiência com o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski para falarem sobre o caso.
“Comecei dizendo que a homologação foi a notícia mais importante desde a prisão dos dois executores. Sobretudo para quem acompanha este processo como vítima de tentativa de homicídio e sobrevivente”, afirma.
Contou do período de insegurança que viveu, antes de ver presos o assassino e seu motorista, e a insegurança que ainda vive por não saber quem são os mandantes. Ainda mais agora, quando o caso subiu para o STF, o que indica que Ronnie Lessa denunciou alguém do Congresso como sendo um dos mandantes.
“Saber que um dos investigados tem foro no STF me causa ainda mais ansiedade, já que trabalho há anos no meio político. Isso significa que circulo entre figuras que podem estar comprometidas no crime.”
Fernanda ainda criticou o governador do Rio Cláudio Castro, que chamou de "fofoca jurídica" o recente pronunciamento do ministro Lewandowski anunciando o recebimento da delação premiada de Ronnie Lessa.
O ministro disse que leu a declaração do governador, a classificou como "besteira" e tranquilizou deputados e a jornalista quando anunciou que os mandantes do atentado serão anunciados “em questão de dias”.
Ao que tudo indica, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.