A maré não anda muito boa para os lados do clã Bolsonaro no transcorrer desta semana. Ontem (19), Jair, o pai, foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações, por conta do episódio de falsificação das carteirinhas de vacinação do ex-presidente e de sua caçula, Laura. Agora, quem terá que acertar as contas com a Justiça é seu filho 04, Jair Renan.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) o denunciou nesta quarta-feira (20) pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso envolvendo um caso de fraude em que o “terror do condomínio”, como seu certa vez o apelidou, contraiu um empréstimo bancário vultoso com documentação fraudulenta, que não foi pago ao credor posteriormente.
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Jair Renan, conforme denúncia do MPDFT, apresentou uma declaração de faturamento da empresa Bolsonaro Jr. Eventos no valor de R$ 4,6 milhões, muito acima da realidade, para conseguir um crédito muito maior junto a instituições financeiras. O golpe, ainda de acordo com os promotores, teria sido aplicado em conjunto com o sócio do filho mais novo de Bolsonaro, identificado como Maciel Alves.
“Não há dúvidas de que as duas declarações de faturamento apresentadas ao banco são falsas, por diversos aspectos, tanto material, em razão das falsas assinaturas do Técnico em Contabilidade... Que foi reinquirido e negou veementemente ter feito as rubricas, quanto ideológico, na medida em que o representante legal da empresa RB Eventos e Mídia fez inserir nos documentos particulares informações inverídicas consistentes nos falaciosos faturamentos anuais", diz o trecho do relatório com a denúncia do MPDFT.
A dupla conseguiu três empréstimos no Bradesco utilizando a papelada falsa, no valor de aproximadamente R$ 60 mil, e Jair Renan teria se beneficiado pessoalmente do valor ao usá-lo para pagar as faturas do cartão de crédito de sua empresa. Em depoimento, o filho do presidente disse que aquelas não era sua assinatura e que tampouco teria pedido qualquer empréstimo no Bradesco. No entanto, a perícia realizada, testemunhas que estiveram relacionadas ao empréstimo contraído e imagens do login do aplicativo bancário usado por ele contrariam a sua declaração de inocência.