A CAMINHO DA PRISÃO

Bolsonaro se vitimiza em ato político religioso em escola de samba: "inelegível por quê?"

Em ato de lançamento da candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio, Bolsonaro colocou a pauta de costumes em seu discurso e apelou para os "ataques" de Lula ao "povo de Deus de Israel": "sou um paralelepípedo no sapato da esquerda"

Bolsonaro em ato político religioso na quadra da Mocidade Independente de Padre Miguel.Créditos: Rede X
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Em um ato misturando política e religião, com bençãos de pastores, na quadra da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel - espólio do bicheiro Castor de Andrade -, Jair Bolsonaro (PL) se vitimizou ao indagar: "me tornaram inelegível por quê?"

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Sem os arroubos autoritários contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente contou a versão da própria história até chegar à Presidência em 2018.

"Eu sou um paralelepípedo no sapato da esquerda", disse o ex-presidente inelegível ao público, bem abaixo dos 80 mil esperados.

"A Venezuela torna seus opositores inelegíveis. A Nicarágua prende os opositores. No Brasil, me tornaram inelegível por quê?", indagou.

Na resposta, Bolsonaro fez insinuações com ataques ao governo, usando de chavões criados pela mídia liberal. 

"A primeira, porque me reuni com embaixadores, que é competência privativa do presidente da República. Eu não me reuni com traficantes de uma comunidade por ai. A segunda inelegibilidade, porque no palanque do 7 de Setembro tinha ao meu lado um empresário, um homem que paga alguns bilhões por ano de impostos. Queriam que botasse do meu lado quem? A dama do tráfica", disse, em referência à alcunha criada pelo Estadão sobre uma advogada que esteve em reunião no Ministério da Justiça no governo Lula.

"É inacreditável o que aquele cara lá [Lula] fala. Como um ataque - estou vendo aqui algumas bandeiras - ao povo de Deus, ao povo de Israel", disse Bolsonaro, usando as declarações de Lula contra o genocídio palestino.

Bolsonaro fez um discurso com apelo religioso, dizendo ser cristão, e destilando o rosário da pauta de costumes com críticas à descriminalização da maconha e do aborto e ataques ao MST e à "ideologia de gênero".

O evento marcou o lançamento da candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à prefeitura do Rio. Ramagem é investigado como um dos principais articuladores da chamada "Abin paralela", esquema de arapongagem ilegal montado no governo Bolsonaro.