FOI QUASE

A declaração assustadora do ex-chefe da Aeronáutica sobre o golpe de Bolsonaro

Tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, que se negou a participar, em depoimento à PF disse que ruptura institucional ficou por um triz e só não ocorreu por um fator

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Uma declaração dada pelo ex-comandante da Aeronáutica no final do governo passado, o tenente-brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, em depoimento à Polícia Federal, assustou a todos os brasileiros que zelam pela democracia no país por revelar o quanto um golpe de Estado organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou perto de acontecer.

Durante a oitiva, Baptista Júnior foi questionado sobre as razões da ruptura institucional não ter ocorrido. Os investigadores perguntaram se negativa do então comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, teria sido o ponto fundamental para que o golpe não se consumasse. A resposta do tenente-brigadeiro foi sim.

“Indagado se o posicionamento do general Freire Gomes foi determinante para que uma minuta de decreto que viabilizasse um golpe de Estado não fosse adiante respondeu: que sim, que caso o comandante tivesse anuído, possivelmente, a tentativa de golpe de Estado teria se consumado”, diz o trecho do depoimento do militar à PF no âmbito da Operação Tempus Veritatis, tomado no final de fevereiro, ao qual a reportagem do jornal Folha de S.Paulo afirma ter tido acesso.

Baptista Júnior, assim como Freire Gomes, confirmou que o terceiro colega das Forças Armadas, o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, foi o único a aderir à empreitada golpista de Jair Bolsonaro e que o chefe militar colocou à disposição do político de extrema direita suas tropas para um levante contra a democracia brasileira.