CRIME SEM SOLUÇÃO

Seis anos sem Marielle e Anderson: ato no Rio cobra por justiça e memória

São dois mil dias de um crime sem solução que marcou a história do Brasil; Mônica Benício, viúva da vereadora, fará ato simbólico na Câmara

Marielle Franco foi assassinada de forma brutal ao lado de Anderson Gomes em março de 2018.Créditos: Bernardo Guerreiro/Reprodução
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A Câmara Municipal do Rio de Janeiro vai protagonizar um ato simbólico nesta quinta-feira (14)  para homenagear a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, assassinados brutalmente há seis anos, em 14 de março de 2018. A iniciativa, promovida pela viúva Mônica Benício, amigos e movimentos sociais, busca manter viva a memória das vítimas e cobrar justiça por um crime que ainda não foi solucionado. 

Na escadaria do Palácio Pedro Ernesto, na Câmara, local onde Marielle exercia seu mandato, será estendida uma faixa com uma frase cobrando respostas e honrando a memória das vítimas. “Vamos gritar em alto e bom som que não iremos descansar enquanto não soubermos quem mandou matar minha esposa e por quê. O Brasil, as famílias e a sociedade exigem essas respostas do Estado brasileiro”, destacou a ativista nas redes sociais.

“A execução brutal de Marielle nos levou a questionar que tipo de democracia é essa que usa a violência e a morte como forma de fazer política. Seis anos é muito tempo de espera. Cada ano sem justiça representa uma oportunidade perdida de confrontar a impunidade. A luta por justiça por Marielle não é apenas por ela, mas por todos os corpos que esse Estado julga descartáveis e que não protege, não garante direitos, cidadania e muito menos reparação às suas famílias.”

O ato começa a partir das 8h. Uma missa na Igreja Nossa Senhora do Parto acontecerá a partir das 10h, e às 11h, um segundo ato por justiça será realizado no tradicional Buraco do Lume, na Praça Mario Lago. Após a concentração na estátua de Marielle Franco, os manifestantes vão seguir em passeata até a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. As atividades foram organizadas pelo Instituto Marielle Franco (IMF).

Crédito: Reprodução/Instagram

Até o momento, o que se sabe é que Ronnie Lessa, o policial militar reformado teria efetuado os disparos que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes, e Élcio de Queiroz, o ex-policial militar teria dirigido o carro usado no crime. A expectativa é de que eles sejam julgados ainda em 2024. “Lutamos para que vozes corajosas como a de Marielle possam ser ouvidas e respeitadas. Nossa indignação é combustível para construir um novo mundo, onde Marielles possam florescer sem temer por suas vidas”, desabafou a Mônica.