Atordoados com a megaoperação da Polícia Federal (PF), os membros do clã Bolsonaro começam a se pronunciar nas redes sociais sobre as investigações da organização criminosa montada pelo patriarca, Jair Bolsonaro (PL), para tentar um golpe de Estado após a derrota para Lula nas eleições de 2022.
Como tem praxe, Michelle Bolsonaro foi a primeira se pronunciar. A ex-primeira-dama, que está em Brasília e passou praticamente as férias todas longe do marido, divulgou um versículo bíblico nos Stories do Instagram por volta das 9h desta quinta-feira (8).
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"Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém", escreveu.
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Em seguida, foi a vez de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ir à rede X e iniciar a narrativa para pautar os apoiadores extremistas.
Na publicação, o deputado, filho "03" de Bolsonaro, traça uma relação esdrúxula sobre o ato do pai em São Sebastião, realizado na tarde desta quarta-feira (7), e a decisão de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo ao pedido da PF para realizar a megaoperação nas primeiras horas da manhã desta quinta.
"A política do Brasil hoje é feita no supremo tribunal federal", escreveu Eduardo, após a "linha do tempo", que incluiu ainda "super live" do clã, em 28 de janeiro, e a ação da PF contra o irmão, Carlos, no dia seguinte.
Chilique
Investigado como líder da organização criminosa (Orcrim) que estruturou uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) se desesperou e deu um chilique com a segunda visita em menos de 15 dias da Polícia Federal (PF) em sua casa de veraneio, na vila de Mambucaba, em Angra dos Reis, onde passa férias, na manhã desta quinta-feira (8).
Diante da ação da PF, o ex-presidente falou com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que revelam o desnorteio dele.
"Saí do governo há mais de um ano e sigo sofrendo uma perseguição implacável", teria dito Bolsonaro à jornalista.
Em seguida, ele deu um chilique antes de pedir para desligar o telefone para se inteirar da megaoperação, que cumpre 4 mandados de prisão, 33 de busca e apreensão e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.
"Me esqueçam, já tem outro governando o país", disse Bolsonaro a Monica Bergamo.
Cumprindo mandado expedido por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os agentes determinaram que Bolsonaro entregue o passaporte em um prazo de 24 horas para evitar que o ex-presidente fuja do país.