O Jair Bolsonaro (PL) manso, que busca a "pacificação", anistia e "passar uma borracha no passado", do discurso de pouco mais de 20 minutos no ato na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (25) não convenceu os Policiais Federais, que acompanhavam in loco a manifestação, de sua inocência.
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Muito pelo contrário. Para os investigadores, o ex-presidente revelou um elo com o golpe ao falar sobre a minuta golpista.
"O que é golpe? É tanque na rua, é arma, conspiração. Nada disso foi feito no Brasil", disse. "Agora o golpe é porque tem uma minuta do decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha paciência", emendou.
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A informação será usada pela PF como evidência de que Bolsonaro sabia da existência do documento, que segundo as investigações, teria sido levado a ele pelo ex-assessor Filipe Martins, que está preso e negou as acusações em depoimento à PF.
A minuta, que em princípio sugeria a prisão de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, teria sido alterada a pedido de Bolsonaro, determinando o encarceramento apenas do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inimigo declarado pelo ex-presidente.
Para os investigadores, o discurso de Bolsonaro explicando os motivos pelos quais não teria sido um golpe mostram, na realidade, o contrário.
“Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel a proposta do decreto do estado de sítio", disse o ex-presidente.
Segundo Malu Gaspar, no jornal O Globo, os agentes da PF que cuidam da investigação vão incluir o discurso de Bolsonaro na Paulista como mais uma evidência da participação de Bolsonaro na trama golpista.