KIM KATAGUIRI

Kim Kataguiri, que foi contra criminalizar o nazismo, acusa Lula de antissemitismo

Deputado federal que defendeu legalização do nazismo na Alemanha posa de amigo de Israel contra Lula

Kim Kataguiri no Flow Podcast em 2022Créditos: Reprodução
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O deputado federal Kim Kataguri (UB-SP) e pré-candidato à prefeitura de São Paulo decidiu surfar na onda da extrema-direita sobre a fala do presidente Lula contra o genocídio em Gaza.

"Assinei ontem o pedido de impeachment contra o presidente Lula. Sua fala contra Israel associando-o ao holocausto não é apenas uma gafe — como a imprensa tem dito —, mas sim uma afronta as vítimas desse terrível crime contra os judeus", afirmou o membro do MBL.

A memória curta de alguns pode fazer com que se esqueçam de que, há pouco menos de dois anos, Kim Kataguiri defendeu a legalização do partido nazista na Alemanha.

No fatídico episódio do Flow Podcast em que Monark defendeu a criação de um partido nazista no Brasil, Kataguiri fez uníssono com o atual pária da extrema-direita defendendo a legalização da ideologia.

“Qual é a melhor maneira de impedir um discurso mate pessoas e que um grupo étnico racial morra? É criminalizar? Ou é deixar que a sociedade tenha uma rejeição social?”, disse Kim.

Questionado se a proibição do nazismo na Alemanha era errada, Kim Kataguiri concordou. Não dá pra esquecer. O vídeo está aqui:

Para se defender, se declarou um sionista. “Todo mundo na mesa concorda absolutamente em repudiar o nazismo, rechaçar e combate o nazismo. A discussão era: Qual a melhor maneira de combater o nazismo?”, diz o deputado no vídeo. “Não tem ninguém mais pró-Israel dentro do parlamento do que eu”, afirmou.

Vale ressaltar que, em outubro de 2022, o parlamentar do MBL concedeu entrevista no programa de Monark, o Monark Talks, mesmo após as falas pró-nazistas do youtube.

O que Kim faz, agora, é tentar imputar o antissemitismo da extrema-direita na fala do presidente Lula, que se ergue pelos direitos humanos dos palestinos.

Não podemos também esquecer que Lula condenou os ataques do Hamas em 7 de outubro e prestou solidariedade às famílias dos sequestrados pelo grupo que domina politicamente a Faixa de Gaza.