Na última quarta-feira (14) a Polícia Federal revelou detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), obtidos no âmbito das investigações acerca do escândalo das joias sauditas desviadas do acervo da Presidência da República.
De acordo com a PF, o ex-presidente inelegível esvaziou suas poupanças e enviou R$ 800 mil para os EUA com o objetivo de financiar sua estadia na Flória enquanto esperava que um golpe de estado saísse do papel no Brasil. Os investigadores ainda dizem que, em último caso, de insucesso do golpe, ele pretendia se manter nos EUA para evitar possíveis inquéritos.
Nesta quinta (15), Bolsonaro conversou com Roseann Kennedy, colunista do Estadão, que publicou a sua desculpa esfarrapada para a transferência do dinheiro ao exterior.
“Eu mandei o dinheiro acreditando na derrocada completa da poupança no Brasil”, disse o inelegível à colunista, em conversa por telefone.
Indagado, se defendeu argumentando que “muita gente” também fez o mesmo após a vitória de Lula (PT) nas eleições de 2022. Mas tanto Bolsonaro como os demais brasileiros que tenham feito tais operações quebraram a cara: pagaram impostos para a transferência e a “poupança do Brasil” não quebrou. Pelo contrário, todos os índices econômicos melhoraram no primeiro ano do novo mandato de Lula (PT).
Fábio Wajngarten, o advogado de Bolsonaro que quase saiu preso da primeira sessão da CPI da Covid em 2021, confirmou que o montante correspondia a tudo o que o ex-presidente teria em poupanças e que, após as operações da PF, o compliance da instituição financeira correspondente determinou que os valores fossem reenviados ao Brasil.