CONGRESSO NACIONAL

Reforma tributária vai à votação na Câmara com refrigerantes no "imposto do pecado"

Relator Reginaldo Lopes (PT-MG) restabeleceu pontos cruciais do texto que haviam sido alterados pelo Senado

Câmara vota regulamentação da reforma tributária após alterações propostas pelo relator.O deputado federal Reginaldo Lopes, relator do texto de regulamentação da reforma tributária na CâmaraCréditos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
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A Câmara dos Deputados vota, nesta terça-feira (17), o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68/24, que regulamenta parte da reforma tributária. A sessão, marcada para 13h55, analisará as mudanças aprovadas pelo Senado. O relator do projeto, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), apresentou parecer favorável à maior parte das alterações feitas pelos senadores, mas restabeleceu pontos cruciais que haviam sido alterados.

Entre os principais pontos retomados está a incidência do Imposto Seletivo, o chamado "imposto do pecado", sobre bebidas açucaradas, como refrigerantes, refrescos e chás prontos. Esse imposto, que é aplicado a produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, terá uma alíquota maior em relação à padrão. A medida havia sido retirada no texto aprovado pelo Senado, mas voltou a ser incluída pelo relator. Segundo Reginaldo Lopes, essa retomada terá impacto de apenas 0,07% na alíquota geral.

Outro ponto controverso é a tributação de Sociedades Anônimas de Futebol (SAF). O relator rejeitou as mudanças propostas pelos senadores e manteve a alíquota de 8,5%, além de derrubar a isenção do imposto de renda nas transações de jogadores.

"Apresentei o substitutivo ao PLP 68/24 que trata da regulamentação da Reforma Tributária, apresentando alterações no texto que veio do Senado. Estamos construindo juntos um marco histórico na organização tributária brasileira, com justiça social e desenvolvimento econômico", escreveu Reginaldo Lopes em suas redes sociais. 

Serviços veterinários e planos PET

Os serviços veterinários e planos de saúde animal também foram mantidos com redução de 30% na alíquota, após o relator rejeitar o desconto de 60% aprovado pelo Senado. “Optamos por voltar à alíquota de 30% para manter a previsão de arrecadação sem aumentar a alíquota padrão”, justificou Reginaldo Lopes.

Exclusão de itens essenciais

O parecer também retirou da lista de alíquotas reduzidas a água mineral e as bolachas. Ambas haviam recebido desconto de 60% no Senado, mas foram retiradas devido ao impacto na arrecadação. Segundo Lopes, esses itens representam 0,51% da alíquota padrão.

Outra alteração importante foi a exclusão do desconto de 60% nas alíquotas para serviços de saneamento básico. O relator optou por manter a tributação padrão para o setor.

Contexto da reforma tributária

O PLP 68/24 é parte da implementação da reforma tributária aprovada em 2023. O projeto define as regras de cobrança dos novos tributos sobre o consumo: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo. Esses impostos substituirão, entre 2026 e 2033, cinco tributos atuais: PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.

O relator destacou que o objetivo é garantir a manutenção da alíquota geral de referência em 26,5%. Lopes enfatizou que todas as alterações rejeitadas pelo Senado visavam a preservar essa alíquota para evitar aumento de carga tributária.

Caso aprovado na Câmara, o projeto será encaminhado para sanção presidencial.

*Com informações da Agência Câmara

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