A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) enviou um comunicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) informando que quatro bolsonaristas investigados e condenados pelos atos golpistas no Brasil e considerados foragidos pela Justiça brasileiras foram localizados no Peru por autoridades do país andino.
A Polícia Federal (PF) suspeita que os bolsonaristas, antes de irem para o Peru, estavam na Argentina junto a outros 60 brasileiros foragidos. Eles teriam fugido novamente em novembro após a Justiça argentina determinar prisões. Até o momento, dois deles foram presos por autoridades argentinas.
"Comunicamos o recebimento de informação, enviada por autoridades peruanas em 05/12/2024, acerca da entrada naquele pais de cidadãos brasileiros que possuem contra si mandados de prisão pendentes", diz comunicado do STF.
A Corte brasileira, agora, iniciará junto ao Ministério da Justiça e ao governo peruano o processo de extradição dos extremistas de direita foragidos que participaram dos atos golpistas.
Entre os quatro golpistas que fugiram para o Peru está Romario Garcia Rodrigues, que se apresenta nas redes sociais como “Gay do Bolsonaro” e afirma ter sido “o primeiro gay nordestino a tomar café da manhã com Jair Bolsonaro”.
Considerado um dos líderes de acampamentos onde foi planejado o levante golpista de 8 de janeiro de 2023, Rodrigues, que é do Ceará, foi preso em 2023 e ficou dois meses na cadeia. Ele é réu por associação criminosa e associação ao crime.
Depois, foi solto por ordem do ministro Alexandre de Moraes, mas quebrou a tornozeleira eletrônica e fugiu. Já há uma ordem de extradição especificamente contra o "Gay do Bolsonaro" e, segundo investigadores, ele estaria planejando fugir para os Estados Unidos. Antes do Peru, o bolsonarista teria passado pela Colômbia e chegou, recentemente, a fazer uma publicação nas redes sociais pedindo dinheiro aos seguidores – mas apagou na sequência.
Quem são os golpistas foragidos no Peru
- Antonio Alves Pinheiro Junior: de São Paulo, réu por associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e incitação ao crime.
- Edilaine da Silva Santos: de Birigui, ré por associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito; golpe de estado e incitação ao crime.
- Romario Garcia Rodrigues: do Ceará, conhecido como "Gay do Bolsonaro", condenado a 2 anos e 5 meses de prisão por associação criminosa e incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais.
- Rosana Maciel Gomes: Condenada a 13 anos e seis meses de prisão por golpe de Estado e associação criminosa