No domingo (15), o presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista exclusiva ao programa "Fantástico", exibido na Rede Globo. Durante a conversa, o petista falou sobre seu processo de recuperação da cirurgia, analisou a prisão do general Braga Netto e defendeu que ele tenha amplo direito à defesa.
Ao defender que o general Braga Netto tenha direito à ampla defesa, o presidente Lula foi enfático e disse que esse direito lhe foi negado. No momento da conversa, a jornalista Sônia Bridi coloca em dúvida a afirmativa do petista, mas o mandatário replica e volta a afirmar que não teve direito à defesa.
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Mas as coisas pioraram: a Globo editou a entrevista realizada com o presidente Lula e fez um desmentido, no qual afirmou que o petista teve, sim, o direito à ampla defesa.
Como de costume, o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR) usou o desmentido feito pela Globo contra Lula para debochar do presidente e compará-lo aos golpistas do 8 de janeiro. Em sua declaração, o ex-juiz afirma que o mandatário teve direito à defesa, algo que, segundo o senador, foi negado aos golpistas.
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"Lula foi desmentido ao vivo na entrevista ao Fantástico. Teve garantido o direito de defesa na Lava Jato e só foi preso após o julgamento. Depois ainda foi beneficiado por reviravolta política. Teve muito mais direito à defesa e presunção de inocência do que qualquer brasileiro jamais teve, inclusive mais do que as pessoas presas preventivamente do 8/1", declarou Moro.
Gleisi "corrige" Fantástico após Globo manipular entrevista com Lula para defender Moro
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), "corrigiu" o Fantástico, da TV Globo, que manipulou uma entrevista com Lula para fazer uma defesa descabida da Lava Jato e de Sergio Moro (União), ex-juiz condenado pela parcialidade com que julgou os processos da força-tarefa, entre eles o que resultou na prisão injusta do presidente por 580 dias.
Moro chegou a usar a manipulação da Globo para atacar o presidente nas redes sociais após a entrevista ir ao ar, na noite deste domingo (15). "Lula foi desmentido ao vivo na entrevista ao Fantástico", publicou o ex-juiz, que deixou a magistratura para se tornar "super" ministro de Jair Bolsonaro (PL) após ajudar na eleição do ex-presidente golpista.
Durante a entrevista, Lula afirmou que quer que os membros da organização criminosa (OrCrim) golpista "tenham a presunção da inocência que eu não tive, que eles tenham direito de defesa, mas se for verdade as acusações essa gente tem que ser punida severamente".
Em seguida, a jornalista Sônia Bridi indaga se Lula "não teve um direito de defesa". O presidente responde que não teve e que "fui preso primeiro para depois eu me defender".
Como nunca antes em sua história, o Fantástico então interrompe a entrevista para colocar um "outro lado" em que a própria Globo faz a defesa da condenação de Lula pela Lava Jato "no caso da cobertura do Guarujá com a participação da defesa dele em todas as etapas do julgamento" e sem mencionar a condenação de parcialidade de Moro.
Após Moro fechar o novo concluio com a emissora da Família Marinho, usando o corte sobre a defesa da Lava Jato nas redes, Gleisi "corrigiu" a emissora.
"Corrigindo o Fantástico: Lula nunca teve direito à presunção de inocência porque foi processado e julgado por um ex-juiz parcial, não apenas incompetente. E o seu direito de defesa foi cerceado por Sergio Moro e pelos desembargadores do TRF-4, que negaram sistematicamente pedidos de perícias e produção de provas", explicou a presidenta do PT de forma didática.
"Ao tentar corrigir Lula e defender seu apoio à Lava Jato, a Globo esqueceu de dizer que Lula foi condenado “por fatos indeterminados” e que os abusos contra ele, a começar pela condução coercitiva ilegal, só foram reconhecidos e corrigidos quando o caso chegou ao STF", emendou Gleisi.