Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entregou o general Braga Netto. Tanto em sua delação premiada firmada com a Polícia Federal (PF) quanto em depoimentos recentes ao ministro ao Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Cid afirma que foi coagido por ele.
Braga Netto, preso na manhã deste sábado (14), no Rio de Janeiro, teria não só coagido Mauro Cid, como também pressionado seu pai, o general Lourena Cid. Veja abaixo trechos da delação de Cid à PF:
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"Por fim, a busca realizada na sede do Partido Liberal encontrou um documento, que descreve perguntas e respostas relacionadas ao acordo de colaboração premiada firmado por MAURO CESAR CID com a Polícia Federal. O conteúdo indica se tratar de respostas dadas por MAURO CID a questionamentos feitos por alguém, possivelmente relacionado ao general BRAGA NETTO, que aparenta preocupação sobre temas identificados pela Polícia Federal relacionados à tentativa de golpe de Estado, evidenciando que o grupo criminoso praticou atos concretos para ter acesso ao conteúdo do Acordo de colaboração firmado por MAURO CESAR CID com a Polícia Federal. Ademais, outros elementos de prova demonstram que BRAGA NETTO buscou, por meio dos genitores de MAURO CID, informações sobre o acordo de colaboração."
Coagido por Braga Netto
Já para Moraes, Cid afirmou que Braga Netto entregou dinheiro vivo para financiar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” em uma embalagem para guardar vinhos. O dinheiro foi destinado por Braga Netto ao grupo chamado de Kids Pretos, em uma das residências oficiais da Presidência da República. As informações são de Juliana Dal Piva no ICL Notícias.
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Segundo Cid, Jair Bolsonaro recebia informes de Braga Netto todos os dias sobre o andamento do plano organizado pelos “Kids Pretos”, que tinha como objetivo evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acabara de derrotar o ex-presidente nas urnas.
Além disso, o plano ainda tinha como objetivo assassinar Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes. Cid, no entanto, afirma que não tinha conhecimento do plano para os assassinatos.