INQUÉRITO DO GOLPE

Valdemar e ex-assessor depõem à PF e devem complicar ainda mais Bolsonaro

Presidente do PL e Marcelo Câmara estão, ao lado do ex-presidente, entre os indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado no país

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto.Créditos: Marlene Bergamo/Folhapress
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Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), legenda de Jair Bolsonaro, prestará um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (12). Além dele, o coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente, também foi convocado a depor aos investigadores. 

Ambos depõem na condição de investigados no âmbito do inquérito que apura tentativa de golpe de Estado no Brasil. Eles integram, junto a Bolsonaro, a lista com dezenas de pessoas, entre políticos e militares, indiciados pela PF. 

Costa Neto, segundo a PF, teria apoiado financeiramente a tentativa de golpe, principalmente com questionamentos relacionados à integridade das urnas eletrônicas e confiabilidade no sistema eleitoral. Já Câmara é acusado de ser um dos principais articuladores de movimentos golpistas. 

A expectativa é que os dois investigados forneçam em seus depoimentos detalhes sobre a trama golpista, o que deve complicar ainda mais a situação de Bolsonaro. 

PF indicia mais 3 pessoas por tentativa de golpe 

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quarta-feira (11) mais três pessoas por crimes relacionados à tentativa de executar um golpe de Estado no Brasil.

No complemento ao relatório final do inquérito da trama golpista, constam na lista agora o tenente Aparecido Andrade Portela, o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu e o tenente-coronel da ativa Rodrigo Bezerra de Azevedo.

Os militares foram indiciados nesta quarta porque ainda não haviam prestado depoimento e a legislação impede que investigados sejam responsabilizados criminalmente antes de serem ouvidos oficialmente.

Assim como os demais 37 indiciados, os novos também são acusados dos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito e associação criminosa.

Aparecido Andrade Portela é militar da reserva do Exército e suplente da senadora Tereza Cristina (PL-MS), ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro. Ele teria atuado "como um intermediário entre o governo do então presidente Jair Bolsonaro e financiadores das manifestações antidemocráticas residentes no estado do Mato Grosso do Sul”, segundo a PF.

Já Reginaldo Vieira de Abreu, conhecido como "Velame", é ex-chefe de Gabinete do general da reserva Mario Fernandes na Secretaria-Geral da Presidência, e é acusado de atuar no planejamento do golpe. Em uma das conversas com seu superior, ele defendeu uma ruptura democrática.

“Quatro linhas é o car****. Quatro linhas da Constituição é o caceta. Nós estamos em guerra, eles estão vencendo, está quase acabando, e eles não deram um tiro por incompetência nossa. Estamos igual ao sapo, na história do sapo na água quente. Você coloca o sapo na água quente, ele não sente a temperatura da água mudar e vai se aumentando, aumentando, aumentando… Quando vê, ele tá morto. É isso”, disse ele em uma troca de mensagens.

O militar Rodrigo Bezerra de Azevedo, kid preto do Exército, é acusado pela Polícia Federal de participar "na ação clandestina do dia 15 de dezembro de 2022, que tinha o objetivo de prender/executar o ministro Alexandre de Moraes”.

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