O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas seguiu seu antigo colega de farda Jarbas Passarinho na defesa do AI-5 ("Às favas, senhor presidente, todos os escrúpulos"), e correu em defesa de seu mestre e guia político Jair Bolsonaro, com uma narrativa surreal, deixando cair a máscara de "bolsonarista moderado".
Na rede X, de Elon Musk, Tarcísio diz que as acusações contra Bolsonaro carecem de provas e parte para uma narrativa completamente descolada da realidade, quando afirma que Bolsonaro "respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia".
Isso é nada mais, nada menos que mentira. Bolsonaro jamais respeitou o resultado das urnas, até hoje diz que foi roubado, que houve fraude. Saiu do país para não passar a faixa ao presidente eleito, o que seria um gesto de "normalidade e respeito à democracia".
Bolsonaro até hoje critica o ministro Alexandre de Moraes, que foi o presidente do TSE, e sua condução nas eleições.
Bolsonaro, segundo afirmaram seus comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, os convidou para um golpe de Estado para instaurar uma ditadura no país, golpeando com as armas cedidas pelo Estado brasileiro esse mesmo Estado. Só parou de encher o saco dos militares com o assunto golpe, quando, segundo o comandante da Aeronáutica, o comandante do Exército o teria ameaçado de prisão se seguisse com o assunto.
E mais, com as revelações de agora, de um plano orquestrado pelo general Mário Fernandes, impresso no Palácio do Planalto e levado a Bolsonaro, de assassinar o presidente eleito, seu vice e o presidente do TSE, respectivamente, Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, como Tarcísio, o "bolsonaro moderado" da mídia, ainda pode defender Bolsonaro e sua quadrilha?
Nunca houve na história do Brasil golpe tão audacioso, que certamente, se levado à prática —coisa que somente não ocorreu por força das circunstâncias desfavoráveis a seus planejadores e ao principal beneficiário, Jair Bolsonaro—, traria o caos ao país, que mergulharia numa ditadura sangrenta, como sempre sonhou Bolsonaro, em que seriam mortos "pelo menos uns trinta mil".
Tarcísio deixou cair a máscara, quando em vez de defender a democracia defende o homem que queria golpeá-la. A rede não perdoou:
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