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No dia da diplomação de Lula, vice de Bolsonaro convocou golpe e houve ataques à sede da PF

Série de 'coincidências' mostra que o plano do golpe de Estado não ficou apenas na tentativa

Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Escrito en POLÍTICA el

No dia 12 de dezembro de 2022, em sessão solene no TSE, o presidente do TSE ministro Alexandre de Moraes entregou os diplomas de presidente e vice-presidente da República a Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, respectivamente, eleitos no dia 30 de outubro, em segundo turno, para o mandato 2023-2026. Os documentos os habilitaram a tomar posse nos cargos no dia 1º de janeiro. 

No documento entregue a Lula está escrito:

 

“Pela vontade do povo brasileiro expressa nas urnas em 30 de outubro de 2022, o candidato pela coligação Brasil da Esperança, Luiz Inácio Lula da Silva, foi eleito presidente da República Federativa do Brasil. Em testemunho desse fato, a Justiça Eleitoral expediu-lhe este diploma, que o habilita à investidura no cargo perante o Congresso Nacional em 1º de janeiro de 2023, nos termos da Constituição Federal. Brasília, 12 de dezembro de 2022, no 201º ano da Independência e 134º ano da República”. 

 


No mesmo dia em Brasília, desprezando a vontade do povo expressa no documento, o general Braga Netto, que ainda era ministro de Jair Bolsonaro e havia sido seu vice na chapa derrotada, reuniu um grupo de militares golpistas para colocarem em prática um golpe de Estado em que estavam previstos os assassinatos de Lula, Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

O planejamento do golpe, realizado pelo general Mário Fernandes, havia sido impresso no Palácio do Planalto, e o general havia se encontrado com o presidente Bolsonaro, antes do encontro com Braga Netto.

O general Mário Fernandes era comandante dos kids pretos, uma equipe de elite, força especial do Exército. Ele era o homem que fazia a ligação do acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército e o presidente.

Nesse mesmo dia, à noite, não por coincidência, bolsonaristas tentaram invadir à força a sede da Polícia Federal em Brasília, provocando incêndio no local, tocando terror na cidade. Dispersos pela polícia, parte do grupo seguiu pela Asa Norte, onde realizou novos atos de vandalismo. Pelo menos um ônibus foi incendiado; botijões de gás foram espalhados em ruas da cidade.

Doze dias depois, na véspera de Natal, uma bomba foi descoberta num caminhão-tanque de combustível que se dirigia ao aeroporto de Brasília. Se não tivesse sido descoberta a explosão causaria pânico na cidade e incendiaria o país.

Preso, Alan Diego dos Santos Rodrigues confessou o crime. Ele foi localizado e preso em um apartamento no Sudoeste, na região central do DF, e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto. Com ele, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas.

Alan confessou à polícia que recebeu a bomba implantada no veículo no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército. Em mais uma "coincidência".

Com a prisão do grupo anteontem, dia 19, faltam pelo menos o general Braga Netto, que reuniu o grupo em casa, e o beneficiário evidente da trama, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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